Na televisão, num certo canal, passa um programa bem brasileiro. Uma espécie de teatro televisionado. Os atores, em momentos críticos são muitos, mas na maioria dos momentos que consideram pouco interessantes e corriqueiros são tão escassos que mais parecem se preparar para um monólogo, porém essas últimas semanas foram críticas, como fim de novela. O cenário estava cheio de atores se revezando ao microfone enlouquecidos, vibrantes, ora trocando elogios, ora trocando farpas. Ali, eles fazem história ou acabam com ela. Refiro-me ao maior palco de todos os tempos: o Senado.
Pela TV Senado o público acompanha a pouca vergonha. Cadê a censura que deixa essas tão indecentes cenas não só irem para o ar, mas acontecerem.
Um ator jogando na cara do outro todos os seus erros, roubos, delitos, ali abertamente, para todo o Brasil, seguros como atores em meio de novela bem aceita pela audiência, mas esses atores não se garantem na audiência, mas sim nas leis.
Eh, as leis. Leis que proporcionam imunidade e que os fazem ser julgados por um conselho de ética formado pelos próprios. Onde já se viu isso? Como o público pode aceitar isso?
E também se garantem num não menos importante fator, o medo. O medo de que toda a podridão venha à tona. É o rabo preso que os torna cúmplices e é a cumplicidade que os torna fortes, imbatíveis.
Nesse programa o que melhor acompanha não é a pipoca, mas a pizza.
Que é um espetáculo ninguém pode negar, um daqueles que não é digno de aplausos, mas de vaias, ovos e tomates (para ser educada).
Resta saber quando o público vai começar a vaiar.
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