Ganhei o livro de Lionel Shriver de aniversário por pura gozação de um amigo, por causa do título e de meu drama da crise dos 30 (surpreendi-me com o fato de não ter nenhuma relação com idade ou ficar velho).
Na época estava lendo outro e ainda tinha um fila. Há um mês chegou a vez de "O Mundo". Na verdade chegou a minha vez de ter uma experiência fantástica. Senti-me como Alice no País das Maravilhas, mas ao invés de entrar na toca do coelho, entrei no livro.
Na minha opinião, Lionel teve uma sacada brilhante ao dividir a estória em duas, de acordo com as escolhas da protagonista. Sincronizadas e com brilhante ligação, as estórias seguem paralelas fazendo o leitor pensar em destino e livre arbítrio, em caminhos escolhidos e recusados, oportunidades agarradas e perdidas, momento.
Estou sempre lendo, mas já tinha algum tempo que não mergulhava de cabeça, contei o livro para várias pessoas que começaram a acompanhá-lo através de mim e até me apaixonei por Ramsey Action, o único personagem que se manteve fiel as suas convicções nas duas estórias.
O final me foi devastador. Chorei a beça. Fiquei com “raiva” da autora e fiz um único, romântico e feliz final para as duas estórias de onde também se pode tirar uma “lição”, mas não posso contar porque vou estragar o final de vocês.
O Mundo Pós-Aniversário é surpreendente, às vezes indecente e apesar de ter dois mocinhos, não tem príncipes encantados, ou seja, é realista. Eu recomendo.
sábado, 26 de junho de 2010
domingo, 20 de junho de 2010
Copa 2010
A primeira copa que acompanhei com afinco foi a de 94. Nas anteriores, tinha sido levada a participar pelo entusiasmo de todos e para dizer a verdade nem lembro.
Aos 14 anos, na condição elevada de estudante (a qual sinto uma faaalta) pude acompanhar todos os lances de todos os jogos. Nesse ano, a seleção, apesar de recheada de craques como Romário e Bebeto, estava desacreditada, mas aos poucos foi ganhando a confiança e a simpatia de todos. Eu fiquei abestalhada, não só via os jogos, como os programas esportivos, lia os jornais e recortava as fotos dos jogadores. Ainda não satisfeita escrevi cartas para todos os jogadores (todos, incluindo reservas) coloquei num grande envelope de papel pardo, escrevi o endereço da caixa postal e pronto, parei por aí. Nunca enviei, mas as tenho guardadas lacradas dentro do envelope até hoje.
Enfim 2010. Sabe, quando penso em África do Sul me vem uma pergunta: como tão poucos (às vezes basta um, como, por exemplo, no caso de Hitler) podem dominar tantos por tanto tempo? Bom, de qualquer forma, isso é passado, ainda bem. Hoje, o país recebe pelo menos 32 nacionalidades. Este ano talvez a Copa seja da luta contra o preconceito, haja visto que o time Alemão tem um Brasileiro afro-descendente além de alemães com origens turca, espanhola, tunisiana, enfim é um time miscigenado. Se o corpo de Hitler não tivesse sido queimado, estaria se revirando na cova, com certeza.
Nesta Copa pela igualdade não é de se espantar que o animal que mais sai é a zebra, dando chance a todas as nacionalidades, sem o preconceito da tradição, de comemorarem.
Fora isso, Dunga mostrou que está no clima e deu chance a jogadores “anônimos”, deixando de fora antigas estrelas apagadas, mas que o povo insiste em querer escalar.
Claro que torço pelo Brasil, sempre, mas confesso que torço também pela África do Sul, por ter um povo merecedor de todo respeito. Os Sul-Africanos souberam passar uma borracha no passado, perdoar, propositadamente negligenciar para progredir. Enfrentando toda a dor foram superiores. A raça negra, que durante anos, imbecilmente, foi considerada por alguns menor, menos inteligente e capacitada, deu ao mundo uma bela lição, uma das maiores da história.
Também torço por eles porque que estão pagando a alta conta de sediar uma Copa e que provavelmente vão continuar pagando por algum tempo. Esta mesma conta pagaremos em 2014.
Aos 14 anos, na condição elevada de estudante (a qual sinto uma faaalta) pude acompanhar todos os lances de todos os jogos. Nesse ano, a seleção, apesar de recheada de craques como Romário e Bebeto, estava desacreditada, mas aos poucos foi ganhando a confiança e a simpatia de todos. Eu fiquei abestalhada, não só via os jogos, como os programas esportivos, lia os jornais e recortava as fotos dos jogadores. Ainda não satisfeita escrevi cartas para todos os jogadores (todos, incluindo reservas) coloquei num grande envelope de papel pardo, escrevi o endereço da caixa postal e pronto, parei por aí. Nunca enviei, mas as tenho guardadas lacradas dentro do envelope até hoje.
Enfim 2010. Sabe, quando penso em África do Sul me vem uma pergunta: como tão poucos (às vezes basta um, como, por exemplo, no caso de Hitler) podem dominar tantos por tanto tempo? Bom, de qualquer forma, isso é passado, ainda bem. Hoje, o país recebe pelo menos 32 nacionalidades. Este ano talvez a Copa seja da luta contra o preconceito, haja visto que o time Alemão tem um Brasileiro afro-descendente além de alemães com origens turca, espanhola, tunisiana, enfim é um time miscigenado. Se o corpo de Hitler não tivesse sido queimado, estaria se revirando na cova, com certeza.
Nesta Copa pela igualdade não é de se espantar que o animal que mais sai é a zebra, dando chance a todas as nacionalidades, sem o preconceito da tradição, de comemorarem.
Fora isso, Dunga mostrou que está no clima e deu chance a jogadores “anônimos”, deixando de fora antigas estrelas apagadas, mas que o povo insiste em querer escalar.
Claro que torço pelo Brasil, sempre, mas confesso que torço também pela África do Sul, por ter um povo merecedor de todo respeito. Os Sul-Africanos souberam passar uma borracha no passado, perdoar, propositadamente negligenciar para progredir. Enfrentando toda a dor foram superiores. A raça negra, que durante anos, imbecilmente, foi considerada por alguns menor, menos inteligente e capacitada, deu ao mundo uma bela lição, uma das maiores da história.
Também torço por eles porque que estão pagando a alta conta de sediar uma Copa e que provavelmente vão continuar pagando por algum tempo. Esta mesma conta pagaremos em 2014.
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