domingo, 13 de fevereiro de 2011

Cisne Negro

Tudo que li e ouvi a respeito do filme de Darren Aronofsky foi baboseira.

O que eu vi não foi um filme de ballet, nem com mutilações horrorosas e muito menos difícil de entender.

Na minha humilde opinião, Cisne Negro é um bom filme de suspense, que tem como personagem principal uma jovem bailarina extremamente dedicada e retraída, com perturbações que se agravam na medida em que é cobrada pela companhia.

Ballet é sim uma profissão difícil, exigente, anti fisiológica e anti gravitacional que exige destreza, magreza, dedicação, treino, treino, treino, treino e muito mais treino, mas o filme deixa claro que a personagem não enlouquece por isso, ela tinha problemas prévios.

O drama da personagem não é atingir a perfeição técnica, ela já é tecnicamente excelente. A dificuldade está em deixar as emoções fluírem. A dificuldade é com a sensualidade, a sedução e provavelmente por isso a câmera é bem próxima.

Natalie Portman que é uma ex-praticante de ballet, ou seja, não é uma bailarina, fez um primoroso trabalho. Quem já praticou sabe o quanto a dança beira o impossível e sabe também como são os bailarinos, suas manias, as roupas, os pés, a necessidade da magreza, o esforço, a complexidade, enfim tudo que faz do ballet a dança mais bonita do mundo.  A atriz arrebenta dançando e também, o mais importante, mergulha no drama das perturbações e triunfos de sua personagem.

Quem não foi assistir e gosta de filmes de suspense, vá sem medo de se deparar com um filme cabeça. Vá sem a preocupação de não entender, pois o filme engana quando tem que enganar e esclarece quando tem que esclarecer.  Vá para assistir, não à um filme de ballet, mas a um suspense, que como tantos outros é apreensivo, escuro, por vezes assustador e outras surpreendente.
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