quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2010

O ano está acabando e eu só tenho a agradecer pelo ano maravilhoso que tive.

Tive momentos difíceis e algumas preocupações, mas consegui passar por elas e achar novos caminhos. Nem sempre as coisas são do jeito que queremos ou pensamos, mas obstáculos existem para serem ultrapassados. Se não podemos escalar as montanhas, temos que contorná-las. Demora mais, cansa mais, mas de um jeito ou de outro elas ficam para trás.

Este ano que passou também foi de muitas vitórias e conquistas. Alcancei muitos objetivos, tive muitas mudanças positivas e tenho muito a agradecer ao universo, então agradeço a energia maior que nos rege, aquela da qual fazemos parte.

Recebi este vídeo por e-mail e achei o máximo, por isso divido com vocês.
Feliz 2011 a todos.


sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal

Todo ano, nesta época, eu diminuo o ritmo. Tenho uma semana de férias, na qual não viajo ou viajo com a família toda, incluindo as meninas (minhas cadelinhas), para um lugar de descanso e não de badalação.

Eu ADORO esta semana. Como já disse antes, fico em PAZ, leio, falo com amigos, vou à praia, ao cinema, vou aproveitando minha folga até dia 31, quando a casa enche para a virada do ano e nosso esperado “campeonato de buraco” acontece.  Porém esse também é um tempo de reflexão. Penso nos meus erros e sempre chego a conclusão que estes são difíceis de serem vencidos então meu pedido ao universo é de mudança.

Eu peço força para vencer estas barreiras que minha personalidade me impõe. Força para me tornar uma pessoa melhor.

Enxergar erros próprios já é uma tarefa difícil e importante, pois é o primeiro passo para a mudança, mas daí até haver uma real mudança é um longo caminho de recaídas e cobranças, mas se é para melhorar sempre vale a pena o sacrifício, não é mesmo?

Desejo a todos um FELIZ NATAL e que 2011 seja um ano de mudanças positivas na vida de todos, na nossa cidade, no Brasil e no mundo.  PAZ e LUZ, sempre.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Profissão

Olhando para os meus posts antigos, verifiquei que ainda não escrevi nada sobre a minha profissão aqui no blog. Fui relapsa e ingrata, mas nunca é tarde para começar.

Sou fisioterapeuta.
Fisioterapia é, para mim, sinônimo de independência

Primeiro porque meu trabalho é reabilitar, e reabilitar significa recuperar funções com o objetivo de dar o máximo de independência a um individuo. Quando a dor é aniquilada ou diminuída e os movimentos são treinados e devolvidos a uma pessoa, o resultado é um individuo mais seguro, mais livre, mais feliz e mais independente.

Segundo porque é da fisioterapia que sai o meu sustento e disso eu me orgulho.

Desde que me formei há oito anos (o tempo voa) trabalho principalmente com o método Pilates, e há quatro anos me especializei também em RPG.  Tenho Joseph Pilates e Philippe Souchard, criadores dos métodos, como dois Deuses ou Papas, por isso resolvi abrir duas páginas aqui no blog para falar das técnicas e de seus criadores. 

Vou começar por Pilates, pois é com ele que eu trabalho a mais tempo.  
Espero que gostem.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Notícias de Uma Guerra Particular

Notícias de Uma Guerra Particular (1999) é um documentário de João Moreira Salles que, através de entrevistas realizadas durante os anos de 97 e 98, retrata o cotidiano dos traficantes, dos policiais e dos moradores da favela.

Mesmo sendo de 11 anos atrás, o filme é atual e surpreende pela quantidade de informações sobre realidades tão diferentes. Mundos difíceis de imaginar estando do lado de fora.

Informações como o relato do traficante Adriano contando quantas vezes foi preso e fugiu e seu deboche quando lhe perguntam se ele compra armas da polícia: “Não somos nós que vendemos para eles, né?”.

Toda a entrevista com Hélio Luz, então chefe da polícia civil, é interessante. Com muita sobriedade e sempre direto, ele diz que talvez a sociedade não esteja preparada para uma polícia não corrupta, pois esta prenderia os maconheiros do posto 9 em Ipanema e entraria nas casas da classe A para autuar todo mundo que tivesse usando drogas entre tantas outras coisas. Hélio tem razão, a sociedade se aproveita de todo o lixo da corrupção.

Em um depoimento Adão, morador, e sua família contam como a comunidade se beneficiou com o armamento pesado dos traficantes, pois antes a polícia invadia as casas e roubava os pertences deles, mas com o tráfico armado os policiais passaram a ter medo e a entrar com respeito, esse é o tipo de coisa que eu jamais poderia imaginar. Eles também dizem que a nova geração de bandidos é formada por suicidas, pessoas que cometem qualquer atrocidade, pois não tem medo de morrer.

Rodrigo Pimentel, na época ainda do BOPE, fala sobre como surgiu e o dia-a-dia desta polícia especializada e, como esses policiais arriscam a vida para, traduzindo, dar murro em ponta de faca, afinal como disse Adriano, o traficante, os bandidos podem ser presos, mas fogem sempre. É também de Rodrigo a frase que usei no post anterior sobre ser a polícia o único braço do governo que sobe o morro e enquanto isso continuar acontecendo, nada vai mudar.

O filme ainda conta com a participação de Paulo Lins, autor de Cidade de Deus, que fala sobre a evolução das drogas no Rio e José Carlos Gregório, o Gordo, que cumpriu pena no desativado presídio de Ilha Grande e conta como surgiu o Comando Vermelho.

Documentário nota 10. Nenhum carioca deveria deixar de assistir. É uma denúncia espetacular e esclarecedora.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Rio em Guerra

Semana passada vimos (eu, você, o Brasil, o mundo) uma guerra acontecer bem aqui, no Rio de Janeiro. Minha cidade, cidade que eu amo.

Parecia um filme de terror: carros blindados, helicópteros, exército, fuzileiros e todas as polícias na rua. Uma guerra contra o tráfico.

Não sou contra a invasão da polícia, pelo contrário, eu apoio com unhas e dentes e acho que foi a melhor solução para o problema dos atentados no Rio, e só.

Eu sei, minha incredulidade é cruel, mas é assim que enxergo os fatos:

O traficante é um bucha. É um idiota que ganha dinheiro e não tem liberdade de usar. É o otário que é escravo da favela, pois dela não pode sair. Vai ser preso umas vinte vezes e vai morrer antes dos 30, enquanto os verdadeiros bandidos usam terno e gravata, gastam o dinheiro livremente, viajam o mundo e trabalham em Brasília.

O que adianta tantas prisões se nossas leis permitem cumprir apenas 1/6 da pena, indulto de natal e visitas íntimas? Se nossos políticos proíbem o bloqueador de celulares nos presídios? Se não revistam os advogados?

Isso sem falar que nosso sistema carcerário é falido e corrupto, não há quem não consiga fugir.

Porque as fronteiras não são fechadas? Porque nosso governo não considera as Farc como uma organização terrorista? Porque o viciado não é severamente punido, já que as drogas são ilegais no Brasil? Como que entra 50 toneladas de maconha, sei lá quantas armas militares e bazucas no complexo do Alemão? Ninguém vê? Porque tanta complacência, tanta cumplicidade com o tráfico?

Fica claro que existe muito interesse no tráfico, interesse muito maior que o do traficante, muita gente ganhando dinheiro, muito dinheiro!

Sei que não é simples, mas se houvesse um interesse real em acabar com o tráfico teríamos que começar pelas leis, pelo sistema penitenciário, pelas fronteiras, por uma reforma na polícia. Tolerância zero na polícia!

A Guerra era necessária no momento mas só apagou o fogo, iludiu a população que está esperançosa e, claro, contou pontos para o nosso governador.

Esse combate acontece todos os dias no Rio em menor escala e do que adianta? Enquanto o único braço do governo a subir o morro for o BOPE não conseguiremos acabar com o tráfico, nem com a violência.

Fico me perguntando: Com tamanho prejuízo, como será que os traficantes vão recuperar esse dinheiro? Trabalhando é que não vai ser!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Comer Rezar Amar

Livro:
Em setembro do ano passado, depois de muito ouvir falar no assunto, comprei o livro de Elizabeth Gilbert.

Não o devorei. Fui lendo aos poucos até a parte da Índia quando o deixei meio de lado para, só depois de algum tempo, voltar e terminar.
Não achei a autora brilhante. Fiquei um pouco decepcionada com o livro. Esperava mais depois de todos os elogios que ouvi, no entanto, analisando mais cautelosamente consigo entender porque o livro atingiu a tantas pessoas no mundo todo.

Sem dúvida Liz é uma mulher corajosa. Não digo pela viagem de um ano, mas por ter exposto sua vida, seus dramas, seus medos, sua depressão, por ter confessado que pensou em suicídio. Contar vantagem é fácil, mas fraquezas e derrotas são difíceis, e o livro está ali para qualquer um ler.
Hoje, nós sabemos o resultado, ela é rica e famosa e pelo que parece (ainda não li o outro livro) feliz e equilibrada, mas foi um tiro no escuro. Poderia ter dado errado. E se as pessoas achassem tudo isso uma grnade chatice? Talvez ela pudesse estar ainda mais deprimida. Pela ousadia, ponto para ela.

Também reconheço o mérito em poder, numa hora de desespero, sair e frear a vida por um ano. Um ano inteiro de “dolce far niente”. Quem não gostaria de tirar férias por tanto tempo para tentar resolver as crises? Eu sou a primeira da lista com toda certeza, mas com quase a mesma idade dela não poderia. Essa fantasia de jogar tudo para o alto e sumir é outro ingrediente feliz do livro.

Para mim, coragem e mérito foram os segredos do sucesso de Elizabeth Gilbert.

Filme:

Já o filme foi um desastre total.

A começar pela escolha de Julia Roberts para o papel principal. A atriz deve ter uns vinte anos a mais que a autora (na época que é relatado o livro) e isso a deixou meio retardada. Uma mulher vivendo crises passadas, como aquelas mulheres de 60 anos que andam de mini-saia, ou seja, ficou fora de contexto. Além disso, ela não conseguiu passar toda a profundidade que exigia a personagem e nesta estória a superficialidade faz todo o drama parecer uma grande besteira, um capricho.

Não entendi a escolha por Javier Barden. Ele é excelente, charmoso, talvez um dos melhores atores de sua geração, mas ele é espanhol! Pelo menos podiam evitar que ele falasse português e em nome do Brasil. Já que filme é adaptação de um texto, não teria o menor problema fazer de Felipe um espanhol.

Para completar o casal não teve a menor química.

Porém o absurdo maior do mundo foi terem dito e ilustrado que é da nossa cultura, da cultura brasileira, pai e filho trocarem beijo selinho na boca, desculpem a redundância, mas é por incredulidade.

Portanto, desta vez, ZERO para Hollywood.

sábado, 6 de novembro de 2010

À Futura Presidente

Se eu fosse escrever uma carta para a futura presidente do Brasil seria assim:

Não, eu não votei na senhora.

Não voto no PT porque não concordo com política populista que tem por objetivo único empobrecer e imbecilizar uma nação deixando-a vulnerável e fácil de dominar.
Que são bem sucedidos na busca desse objetivo, disso tenho certeza, mas não posso nem vou compactuar.

Agora não me resta nada além de observar, rezar e até torcer para que o Brasil sobreviva. Espero que a senhora faça um bom governo para a nação. A nação que é composta de 200 milhões, não se esqueça.

Queria pedir que o meu dinheiro seja usado em um desenvolvimento real e não vá alimentar o conto de fadas do bolsa família, que é um dinheiro distribuído sem critério e sem finalidade. Nós sabemos que o bolsa família é apenas uma fábrica de votos em larga escala. Sugiro, por tanto, que meu dinheiro seja usado na educação.

Peço que fique de olhos bem abertos para que se, por ventura, um escândalo aparecer na capa dos jornais, a senhora não use aquele “eu não sabia”, já batido e nada original.

Por fim, desejo-lhe saúde, afinal ninguém merece o Michel Temer.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Segundo Turno

Dia 31 de Outubro, nós, brasileiros, iremos decidir o futuro do país. Que responsabilidade!
O Brasil ainda é o país do voto de cabresto. Aqui a política se mistura com religião. A seca ainda elege. O antigo saco de arroz trocado por votos se transformou em bolsa família, em acertos com o funcionalismo público, em acordos com banqueiros, acertos e acordos esses que beneficiam apenas aos próprios e não a população. Assim, todos votam em benefício próprio. O voto egoísta.

Ninguém quer saber se o bolsa família estimula a natalidade enquanto deveríamos nos preocupar em controlar. As classes C e D estão crescendo a passos largos enquanto a classe média (aquela que mais paga impostos e por isso financia todas as bolsas) cresce devagar. É matemática. É aumento de impostos, controle de despesas, corte de funcionários, menos trabalhadores com carteiras assinadas, menos gente para assinar carteira, mais desempregados, mais pobreza, mais bolsa família, mais bolsa família? Como???

Existe no ar uma preocupação com a privatização da Petrobrás. Por que? Pelo que eu sei a Vale, a Light, a antiga Telerj (no Rio) estão indo muito bem obrigada, gerando empregos, pagando impostos, não são mais uma preocupação, nem fonte de enriquecimento alheio e desenfreado com dinheiro público. Não acredito que ninguém vá privatizar a Petrobrás, mas se isso ocorrer, sei que algumas pessoas vão perder, mas 200 milhões vão ganhar e política é isso.

Política é para o bem geral da nação.

Aos funcionários públicos, o meu reconhecimento que 10 anos sem aumento foi brutal, mas acho insensato que se preocupem com isso, nenhum candidato é assim tão idiota de repetir o feito de Fernando Henrique. Dentro das estatais as campanhas são agressivas, desonestas e descabidas. Seu voto tem que ser maior que isso, pois se o país afundar, você afunda junto.

Será que as pessoas não vêem a censura velada que já está sendo imposta aos jornalistas? Não, porque dinheiro é a melhor venda que existe.

Ninguém quer saber se o PT é podre. Se os escândalos não param. Se o presidente, como nunca antes visto nesse país, ao invés de trabalhar, virou cabo eleitoral da candidata dele. Não interessa se nós também sustentamos o bolsa PT. Isso tudo porque todos estão recebendo suas esmolas e cala bocas.

Além do mais, os brasileiros não estão preocupados com quem vai governar o país, ou com o que talvez seja uma das eleições mais importantes da história do país. O importante é que o dia do voto cai no meio de um feriado e todo mundo tem que viajar.

Enfim, o que eu quero dizer é que nós, brasileiros, não estamos preparados para tamanha responsabilidade.

domingo, 24 de outubro de 2010

Dave Matthews Band

No início dos anos 2000, um antigo namorado insistia em assistir ao DVD de uma banda, que eu desconhecia, na hora das refeições as quais fazíamos na sala de TV da casa dele. Foi assim que eu conheci DMB. De lá para cá, virei e fui conferir o show na Arena.

Como nos tem faltado boa música nos últimos anos, muito me alegra saber que eles conquistaram espaço no Brasil. No dia 8, no Rio, aconteciam outros shows de peso e, mesmo assim, a Arena estava lotada e pulsando ao ritmo da banda.

Em três horas ininterruptas eles trocaram energia conosco, fãs, que vibrávamos a cada música que começava. As pessoas dançavam, cantavam, tocavam instrumentos imaginários, pulavam, gritavam, assobiavam, marcavam o ritmo com os pés, as mãos e os braços, enquanto a generosa DMB arrasava. Digo generosa porque, além de terem sido generosos conosco, os músicos mostraram, como sempre fazem, que a banda não é de um homem só como sugere o nome. Os músicos se admiram, se curtem e lá em cima todos são iguais, todos têm espaço, todos solam, todos participam e entre eles, dividem seus talentos ímpares.

Nos 15 minutos usados para organizar o palco para o bis, ninguém arredou o pé dos seus lugares e valeu a pena. Assim que Dave Matthews voltou ao palco para iniciar o bis sozinho com seu violão, o público voltou para seu transe.

Espero que eles voltem SEMPRE.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2

Com genialidade gigante Tropa 2 veio para detonar.
A começar pela frase colocada logo no início para, de cara, explicar que o filme é uma obra de ficção.

O filme, que segue a linha do primeiro, é pautado por denúncias. Para quem acha que a frase “agora o inimigo é outro” se refere à milícia, vai se surpreender. O inimigo é o Estado.

A trama começa com a hipocrisia dos direitos humanos, passa pelo nojento sistema carcerário, pela corrupção na polícia militar, conta do acontecimento das milícias, revela que o comando é político e acaba na importância e poder da mídia não sem antes explicar que esta está amarrada e, às vezes, envolvida.

Passamos a ver o traficante, antes todo poderoso, como uma marionete, o otário que é o único que morre enquanto os verdadeiros bandidos são reeleitos.

Entendemos que mesmo que o BOPE seja uma polícia forte, preparada e incorruptível, ele recebe ordens dos governadores e há tempos que o Rio está dominado. O sistema foi criado não para solucionar problemas, mas para ampliá-los. Fica entendido que a pobreza e a carência são rentáveis e fáceis de enganar e delas surgem muitos, muitos votos. A política nada mais é do que o poder de arrecadar votos. Vale tudo para se reeleger. Tudo é tudo mesmo. É por isso que como diz a personagem de Wagner Moura ao final do filme, não tem como acabar com o sistema, no vale tudo político o nosso sistema se reinventa cada vez mais sujo, imundo.

Fora todo o conteúdo do filme que nenhum brasileiro devia deixar escapar, o filme conta com grandes atuações. Todo o elenco está perfeito. Não posso deixar de destacar Wagner Moura (pois sou fã), que conseguiu amadurecer a personagem. Capitão Nascimento, antes de notável energia e vitalidade, apresenta a aparência cansada, de quem sacrificou a vida dando murro em ponta de faca, e olhos desiludidos que agora enxergam toda a desprezível e imutável realidade.

Um filme corajoso e, de novo, GENIAL.

sábado, 16 de outubro de 2010

Vitoriosos

Essa semana o mundo parou. Parou para ver o sensacional resgate de cada um dos 33 mineiros do Chile, que depois de 67 dias saíram ilesos da mina prisão. Nunca desmerecendo o presidente, o engenheiro responsável ou a equipe de resgate (todos impecáveis), mas hoje quero, acima de tudo, parabenizar os vitoriosos mineiros.

Dois meses atrás eles eram um bando de homens desafortunados presos sobre quase 700 metros de terra, mas nesta semana tudo mudou.
Nesta semana eles tomaram forma, conhecemos seus rostos, seus temperamentos, nomes, profissões e soubemos todos os surpreendentes fatos dos momentos que passaram juntos e até fatos de suas vidas pessoais.

Eles receberam aplausos e foram merecedores de cada honraria, premio, palavra, abraço e palma que receberam, pois contrariando toda e qualquer expectativa, eles se organizaram em meio ao caos. Fizeram todos os detalhes dos 67 dias que ficaram presos surpreendentes e contra todas as adversidades eles lideraram e se deixaram liderar. Não foram para o caminho errado, do egoísmo, da disputa, pelo contrário, se respeitaram, se apoiaram e dividiram o que parecia indivisível provando que o homem que pensa é capaz de domar seus instintos. Se mostraram unidos até o fim não passando por cima de ninguém, nem na frente de ninguém. Confiaram uns nos outros e todos juntos protagonizaram as belas imagens que nos emocionaram essa semana. Aqueles simples homens nos ensinaram o caminho para o sucesso e a vitória.

Deixo aqui a minha admiração e meu respeito à esses homens heróis deles mesmos.

Espero que o governo do Chile cuide bem deles e que os empresários saibam respeitar essas cabeças fortes, porém exaustas. Espero também que quando acabar a euforia, os prêmios e o enfoque da mídia, tenha alguém para cuidar deles.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Apenas Repassando

"AMIGOS, DESCULPEM A MINHA DECISÃO. Virei casaca.

Hoje, refletindo sobre o efeito do nada, me dei conta de que o Brasil é o único país do mundo:

a) governado por um alcoólatra que instituiu uma lei seca;
b) que um analfabeto assinou uma reforma ortográfica;
c) tem um filho formado em nada, que é o gênio de finanças;
d) que o presidente teve a cara de pau de pedir a Deus para dar INTELIGÊNCIA a Barack Obama, que é formado em Harvard.

Resolvi ficar ao lado de Lula. Que me desculpem os meus amigos e, por favor, não me critiquem, nem mandem e-mails indignados. Antes, reflitam melhor sobre a situação atual. Afinal, se eu ficar atrás ele me caga e se ficar na frente ele me fode. Portanto, a melhor opção é ficar ao lado dele.

ENQUANTO ISSO, ESPERO E SONHO QUE TUDO VOLTE AO NORMAL
Será o dia em que:

ARRUDA será uma simples plantinha pra espantar mal olhado;
GENUÍNO será algo verdadeiro;
GENRO apenas o marido da filha;
SEVERINO apenas alguém do nordeste;
FREUD voltará a ser o só criador da Psicanálise;
LORENZETTI será apenas uma marca de chuveiro;
GREENHALGH voltará a ser um almirante que participou de nossa história;

Dirceu, Palloci, Delúbio, Silvio Pereira, Berzoini, Gedimar, Valdebran, Bargas, Expedito Veloso, Gushiken, Renan, etc, serão simples.... presidiários.
E LULA UM MOLUSCO!

Finalmente, quando olho meu título de eleitor velhinho, coitado, sempre usado desde 1959 e vejo o Lula aliado ao Collor e, pasmem, na defesa da vida ilibada dos Sarneys, concluo que só então passei a entender o verdadeiro significado do nome ZONA ELEITORAL escrito nele.
PQP quanto tempo para entender o obvio!!!"

Autor: Desconhecido.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Pare e Pense

Nunca votei no Lula. Nem na primeira vez. Bom, não tenho do que me arrepender então.

Para quem votou, lamento muito. Na primeira vez ainda consigo entender. As pessoas estavam com sede de mudança. Porém, se você votou nele para o segundo mandato, desculpa, mas foi burrice. Você é um jegue.

Como TODOS sabem, um ano antes do segundo mandato do Lula, estourou o escândalo do mensalão e com a maior cara-de-pau do planeta (talvez de toda a galáxia) ele foi a público dizer que não sabia. COLOU!!! E eu achava o Collor carismático.

Não tenha dúvida que nosso presidente é um fenômeno, um fenômeno oportunista, com um “marketeiro” gênio, que deixa ele com essa pinta de povão, coisa que TODOS nós sabemos que ele não é. É uma estratégia brilhante.

Pare e pense antes de votar. Não me venha com diálogos populistas furados dos quais nem você entende. O bolsa família vai levar o país ao fim. Quando tínhamos que estar preocupados em controlar a natalidade, o governo estimula o nascimento, principalmente nas camadas mais pobres, porque é nela que está o voto. O que eles querem é um povo pobre, sem cultura, manipulável, pois assim fica fácil se perpetuar no poder. É só dar esmola.

E você que vai votar na Dilma é conivente. Conivente com a pobreza. As crianças geração bolsa família não tem futuro, não tem escola, não tem saúde, nem comida. Elas continuam trabalhando duro desde cedo para sustentar a família. Não seja egoísta, se esse não é o futuro que você quer para os seus filhos e netos, não queira para os outros também.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eleições 2010

Ao que indicam as pesquisas teremos um governo de esquerda, do governador ao presidente, digo à presidente.
Não votarei na Dilma, no Sergio Cabral, nem no Lindinho ou Crivela, por tanto meu sentimento é de impotência. Talvez um dos piores que pode existir.

Ver o presidente na televisão fazendo graça com o escândalo do sigilo fiscal ou no jornal dizendo que foi enganado mais uma vez chega a dar náusea e medo. Ele nos ridiculariza.
O governo atual banaliza a corrupção, debocha de quem não entende e de quem entende, porque conta com a certeza da vitória e a esfrega na cara de todos. A vitória que ele arranca dando esmola, empobrecendo o país, incentivando a falta de escolaridade e cultura, fazendo as pessoas mais inocentes e sofridas acreditarem que ele é um igual, mentindo, rindo na cara de todos.
O povo não entende de sigilo nem de votação de ficha limpa nem que está sendo sacaneado. O povo está bitolado, hipnotizado, imbecilizado.

O Lula vai eleger não só sua sucessora, mas senadores, deputados e governadores parceiros e o mais provável é que não tenha oposição. Se isso acontecer, temo pelo início da ditadura, a mesma que acontece na Venezuela, a ditadura democrática.

Impotente, indignada e em pânico, peço a todos que façam oposição e não façam a ditadura com o voto de vocês. Façam isso antes que o Brasil vá a falência.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Um Domingo no Mosteiro

A filhinha do primo Gustavo foi batizada no último domingo, quinze de agosto.
Eu estava ansiosa porque nunca tinha ido ao Mosteiro de São Bento.
Chegamos, eu e meu irmão, na hora marcada, mas em cima da hora. Fomos entrando afobados na igreja olhando direto para os bancos procurando nossos familiares. Ao encontrar os acentos vazios, nos preocupamos. Saímos e depois de alguns telefonemas descobrimos que estávamos adiantados, o batizado começaria em quarenta e cinco minutos.
Com calma voltei à igreja. Fiquei paralisada olhando em volta e me perguntando como todo aquele tesouro havia escapado aos meus olhos da primeira vez que entrei, minutos antes, apressada e com medo de ter perdido a cerimônia.
Sentei ainda pasma, rezei e de leve, chorei.
Saí.
Lá fora havia chegado um grupo de adolescentes em excursão. Eu vi que eles tinham um guia, morri de inveja. Meu irmão, no entanto, foi indo cada vez mais perto e quando viu que o guia era um monge, me chamou. Não podíamos perder aquela oportunidade e não perdemos.

Infiltrados na excursão ficamos maravilhados com os detalhes da igreja. Paredes, altares, capelas, enfim toda a estrutura interna é completamente revestida de madeira talhada e trabalhada em desenhos refinados de cor dourada, cor que significa eternidade. O lado de fora é simples, a fachada é sóbria, não deixando aos visitantes vaga idéia de toda a riqueza barroca do interior. Segundo “nosso” guia, além deste contraste expressar o barroco carioca que estava no auge na época, também enfatiza a importância da riqueza interna prevalecer sobre a externa, coisa que parecemos não lembrar mais.

Enfim nossos familiares chegaram e nos chamaram em meio à explicação do monge guia. Ignoramos o chamado e continuamos hipnotizados pela excursão e quando finalmente acordamos do transe, já tinha acabado o batizado.

Engraçado, começamos a tarde nos preocupando com a idéia de ter perdido o evento que nos levou ao mosteiro e terminamos perdendo a cerimônia felizes, sem culpa, nem remorso.

A pequena Amanda que nos perdoe e os pais dela também. Resta-nos agradecer ao primo Gustavo pela oportunidade e, claro, nos desculpar por nossa fraqueza.

Fica a dica.

terça-feira, 27 de julho de 2010

A Era dos Psicopatas

2002: Uma jovem de classe média alta de São Paulo é condenada por envolvimento no assassinato dos pais. Ela estava na casa no momento do crime, do qual participava. Os pais foram mortos a pauladas. Os assassinos reviraram o local e roubaram dólares para forjar latrocínio (roubo seguido de morte). Suzane Richthofen deu uma ridícula entrevista ao Fantástico, se infantilizando e se fazendo de imatura e influenciável para se livrar da prisão. Caída a lona do circo, Suzane confessou o crime e está presa. Opinião pública: Psicopata.

2008: Um pai atira a filha pela janela depois de espancar, arremessar no chão e estrangulá-la. Com a ajuda da esposa Anna Carolina Jatobá (madrasta da menina), Alexandre Nardoni, pai de Isabela de 5 anos, não chama os bombeiros imediatamente como, acredito, deveria ser, nem leva a menina ao hospital num ato de desespero, mas liga para o pai enquanto a esposa limpa a casa. Por azar, viram notícia e com a ajuda da mídia e de uma eficiente perícia nunca antes vista no Brasil o casal é preso, não sem antes dar aquela entrevista com a maior cara de pau ao Fantástico mostrando o quanto são frios e cruéis. Opinião pública: Psicopatas.

Nesta semana um jovem foi atropelado num túnel interditado. O jovem Rafael andava de skate numa área proibida quando um outro invadiu de carro o túnel fechado e atropelou o primeiro. Há coisas na vida que acontecem. Um ato de imprudência fatal. Neste caso, o motorista ao ser parado pela polícia ligou para o pai que negociou a liberação do carro para que o reparo fosse feito o mais rápido possível e tudo passasse despercebido. Porém por uma infelicidade dos Bussamras, o Rafael atropelado era filho de Cissa Guimarães e tudo veio à tona. Será que em nenhum momento o motorista, que não prestou socorro, não foi atingido pela compaixão? Será que, ao menos, ele hesitou antes de seguir adiante? O que teria acontecido se a pessoa atropelada fosse um mero funcionário a reparar o túnel? Quantos crimes destes acontecem por aí e, depois de passarem por mãos habilidosas e pela nossa polícia corrupta, passam despercebidos? Será que todas as pessoas envolvidas nesse caso são psicopatas? Será que virá outra entrevista no Fantástico? Quanto será que vale uma vida? Será ainda vale?

Bem-vindos à era dos psicopatas. A era do desvio de personalidade social. A era em que a vida não vale nada e por isso consciência pesada, culpa, arrependimento, noites insones, vergonha, peso, são sentimentos que não existem mais.

O desvio da personalidade social é promovido pela inversão de valores. É caracterizado pelo egoísmo. É fortalecido pelo poder do dinheiro e da lei que favorece ao bandido. É mantido pela certeza da impunidade.

Nessa era você vivenciará a falta de compaixão e de qualquer bom sentimento relacionado ao próximo. Você terá medo.

CUIDADO o psicopata pode estar junto, ao lado ou mesmo dentro de você.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Mudança

“Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias, gente que foi embora.
E a casa fica bem melhor assim.” (Herbert Vianna; Tet Tillett)

Sem dó nem piedade, desci tudo do meu armário decidida a ficar com no máximo a metade.
Atraquei-me com as roupas e fui separando o que serve em mim, o que não serve, o que combina comigo, o que não combina mais, o que vai ficar e o que vai para outro alguém. Essa parte foi rápida, sem sentimentalismos nem fortes emoções.

Passei para a parte de cima, onde ficam guardadas quinquilharias que uma a uma remontam um pedacinho de cada parte da minha vida. Blusas pichadas do último dia de aula dos anos do primário, lixo; Cartas e presentes de um certo namorado errado que só me fez mal, lixo; Camisas dos uniformes dos clubes que joguei vôlei, pronto, começou aí, algumas foram para o lixo outras não; As fotos ficaram, as cartas do tempo que ainda se mandava cartas também, e olha que lá vai tempo isso. Por conta de ter tido só meninos, a tia Eliane me deu sua vasta coleção de papeis de carta, cuidadosamente arrumada em pastas com adesivos coloridos em cada divisão, essa herança também não tive coragem; Algumas agendas se foram, outras que funcionavam como diário ficaram; O Pepito, um ursinho de pelúcia dado pelo meu primeiro namorado, comprado com sacrifício no tempo das vacas magras ficou, a faixa de sinhazinha da festa junina de 88, desenhos da amiga Renata e a coleção de fotos e videos do Michael também. Durante o processo todo muitas pausas para analisar tudo, rir com as recordações e terminar com a certeza de que a vida sempre me sorriu.

No final do dia estava acabada, mas sabendo que as energias foram renovadas, que o espaço aberto no armário aos poucos vai ser preenchido com felizes e novas recordações, até a próxima mudança, ou quem sabe, faxina.

sábado, 26 de junho de 2010

O Mundo Pós-Aniversário

Ganhei o livro de Lionel Shriver de aniversário por pura gozação de um amigo, por causa do título e de meu drama da crise dos 30 (surpreendi-me com o fato de não ter nenhuma relação com idade ou ficar velho).

Na época estava lendo outro e ainda tinha um fila. Há um mês chegou a vez de "O Mundo". Na verdade chegou a minha vez de ter uma experiência fantástica. Senti-me como Alice no País das Maravilhas, mas ao invés de entrar na toca do coelho, entrei no livro.

Na minha opinião, Lionel teve uma sacada brilhante ao dividir a estória em duas, de acordo com as escolhas da protagonista. Sincronizadas e com brilhante ligação, as estórias seguem paralelas fazendo o leitor pensar em destino e livre arbítrio, em caminhos escolhidos e recusados, oportunidades agarradas e perdidas, momento.

Estou sempre lendo, mas já tinha algum tempo que não mergulhava de cabeça, contei o livro para várias pessoas que começaram a acompanhá-lo através de mim e até me apaixonei por Ramsey Action, o único personagem que se manteve fiel as suas convicções nas duas estórias.

O final me foi devastador. Chorei a beça. Fiquei com “raiva” da autora e fiz um único, romântico e feliz final para as duas estórias de onde também se pode tirar uma “lição”, mas não posso contar porque vou estragar o final de vocês.

O Mundo Pós-Aniversário é surpreendente, às vezes indecente e apesar de ter dois mocinhos, não tem príncipes encantados, ou seja, é realista. Eu recomendo.

domingo, 20 de junho de 2010

Copa 2010

A primeira copa que acompanhei com afinco foi a de 94. Nas anteriores, tinha sido levada a participar pelo entusiasmo de todos e para dizer a verdade nem lembro.

Aos 14 anos, na condição elevada de estudante (a qual sinto uma faaalta) pude acompanhar todos os lances de todos os jogos. Nesse ano, a seleção, apesar de recheada de craques como Romário e Bebeto, estava desacreditada, mas aos poucos foi ganhando a confiança e a simpatia de todos. Eu fiquei abestalhada, não só via os jogos, como os programas esportivos, lia os jornais e recortava as fotos dos jogadores. Ainda não satisfeita escrevi cartas para todos os jogadores (todos, incluindo reservas) coloquei num grande envelope de papel pardo, escrevi o endereço da caixa postal e pronto, parei por aí. Nunca enviei, mas as tenho guardadas lacradas dentro do envelope até hoje.

Enfim 2010. Sabe, quando penso em África do Sul me vem uma pergunta: como tão poucos (às vezes basta um, como, por exemplo, no caso de Hitler) podem dominar tantos por tanto tempo? Bom, de qualquer forma, isso é passado, ainda bem. Hoje, o país recebe pelo menos 32 nacionalidades. Este ano talvez a Copa seja da luta contra o preconceito, haja visto que o time Alemão tem um Brasileiro afro-descendente além de alemães com origens turca, espanhola, tunisiana, enfim é um time miscigenado. Se o corpo de Hitler não tivesse sido queimado, estaria se revirando na cova, com certeza.

Nesta Copa pela igualdade não é de se espantar que o animal que mais sai é a zebra, dando chance a todas as nacionalidades, sem o preconceito da tradição, de comemorarem.

Fora isso, Dunga mostrou que está no clima e deu chance a jogadores “anônimos”, deixando de fora antigas estrelas apagadas, mas que o povo insiste em querer escalar.

Claro que torço pelo Brasil, sempre, mas confesso que torço também pela África do Sul, por ter um povo merecedor de todo respeito. Os Sul-Africanos souberam passar uma borracha no passado, perdoar, propositadamente negligenciar para progredir. Enfrentando toda a dor foram superiores. A raça negra, que durante anos, imbecilmente, foi considerada por alguns menor, menos inteligente e capacitada, deu ao mundo uma bela lição, uma das maiores da história.

Também torço por eles porque que estão pagando a alta conta de sediar uma Copa e que provavelmente vão continuar pagando por algum tempo. Esta mesma conta pagaremos em 2014.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Montanha Russa

Tempos de marasmo fazem a gente descansar, se acostumar e deprimir. Não têm adrenalina, expectativa, ansiedade, frustrações, subidas ou descidas. Sempre a mesma coisa, pode ser bom, tranqüilo ou depressivo, melancólico.

Porém existem as fases das montanhas russas, onde numa mesma semana, às vezes no mesmo dia, temos altos e baixos, risos e choros, comemorações e frustrações. É bom quando o saldo é positivo, mas pode ser ruim quando acaba em débito.

Depois de um longo período de marasmo, entrei numa montanha russa, de subidas e descidas, loopings radicais, muita adrenalina. Todos os pacatos planos para o primeiro semestre foram por água abaixo. Ótimo, a pasmaceira estava mesmo me cansando. Eu desejava viradas, velocidade, mudanças. É um período para aprender que devemos resolver uma coisa de cada vez, dentro das possibilidades. Todas as novidades, as coisas boas, os problemas, as pedras rolam de uma só vez, mas devem ser administradas uma por uma, com calma e sabedoria. Isso se aprende com o tempo.

Aos poucos as coisas vão se resolvendo, sempre da melhor forma. O que antes era visto como problema, agora é sabido que estava lá para me fazer enxergar além, ver outras soluções, outros caminhos. O que parece é que como a montanha russa tem eletricidade e trilhos que mantem os vagões organizados e seguindo adiante pelos loopings, na vida existe uma energia muito além da gente, que não podemos ver, que rege tudo isso com destreza, nos mantem no prumo e faz que no final dê tudo certo.

Como nas montanhas russas, nessas fases temos emoção, gritamos, rimos, nos desesperamos, achamos que não vamos agüentar chegar ao final, mas quando acaba, entramos de novo na fila.

Nesse sobe e desce a vida segue até que as curvas acabem e volte à necessária e monótona calmaria.

domingo, 23 de maio de 2010

Direção e iPod

Eu amo dirigir. Durante anos trabalhei longe de casa, portanto passava pelo menos duas horas no volante, uma para ir, outra para voltar. Aproveitava esse tempo para fazer terapia, fazer uma auto-analise da vida, falar sozinha, mas minha distração predileta sempre foi a música. A música me faz sonhar, lembrar, viajar, voar...

Cantarolar e dançar na direção é a minha especialidade. Quem olha de fora deve achar que sou doida ou estou doida. Vejo risos, deboches, olhares curiosos, cúmplices, disfarçados. "Tô nem aí”, sigo dirigindo e me divertindo.

Ainda por cima, surge um aparelhinho mágico, o qual resisti em comprar por não ter menor intimidade com tecnologia. Contudo, me rendi e me apaixonei pelo tal iPod, principalmente pelo modo aleatório.

Ligo sem ter a menor idéia do que está por vir, então começa a tocar “Deixa Eu Te Amar” do Agepe, o que me faz lembrar a infância em Marica, seguido de “Silent Morning” do Information Society e memórias de amigos dançando break. Rola “Tempos Perdidos” da Legião, e me remete aos tempos das rodas de violão. Quando toca “Fatamorgana” de Urszula, me vejo dançando a coreografia da festa de 9 anos. É a vez de “Your Love” do The Outfield = matines no Colégio Militar. “Nosso Sonho” de Claudinho e Bochecha, me lembra do meu aniversário de 15 anos. "Ursinho Pimpão" do Balão Mágico, casa dos meus avós na vila em Vila. "Rock With You" do Michael, me faz lembrar dele e as vezes as lágrimas descem, mas "Am I the Same Girl" do Swing out Sister faz com que eu as limpe lembrando imediatamente da minha mãe feliz da vida dançando. Ao ouvir "Chorando Se Foi" do Kaoma, volto ao carro da vizinha que me dava carona para o colégio e marcava a lambada batendo no volante e na marcha. “Bamboleo” dos Gipsy Kings me leva à viagem de carro de Recife a Fortaleza com meu pai, meu irmão e um primo. “I Will Survive” da Gloria Gaynor me lembra as meninas do Ibeu e minha prova de direção de baliza no autódromo, há 12 anos atrás, a qual eu já fiz cantando ao volante...

São tantas músicas que esqueço que elas estão ali, então sou surpreendida a toda hora. Ora estou cantando freneticamente, ora rindo, ora chorando. Apesar de fazer regras como não pular as músicas, não repetir, simplesmente deixar rolar, de vez em quando não resisto e repito a mesma música umas três vezes.

O aparelhinho tão pequeno virou companhia imprescindível no trânsito, me fazendo desesperar quando, de repente, a bateria acaba e me deixa na mão. Não tenha medo de cruzar comigo por aí ao volante, apesar das várias multas que tomei distraída com as músicas, depois da minha pequena aquisição nunca bati com o carro.

sábado, 8 de maio de 2010

Acne

Fui uma adolescente estranha, como todo mundo. Já aos 15 media 1,77m e tinha uma hipercifose gerada pela tentativa de diminuir uns centímetros. Era bem magrinha, não coloquei pernão, coxão, bundão e peitão. A brancura e os cabelos ralos e compridos fechavam o visual. Apesar de estranho, meu visual não incluía as famosas espinhas de quase todos os adolescentes.

Hoje, aos 30, adoro meus 1,77m, e venci minha hipercifose. Continuo magra, mas nem tanto, e não me importo mais em não fazer o tipo brasileira boasuda. Os cabelos continuam fininhos, porem não tenho mais a necessidade de tê-los compridos. Minha cor continua alva, mas como me mudei para perto da praia, tenho um projeto: COR SAUDÁVEL COM SAÚDE, que significa ganhar uma ‘corsinha’ sem abusar do sol.

No entanto, as espinhas tomaram conta de mim. Vai entender.

O diagnóstico: ACNE NA MULHER ADULTA.

Bom, ao que entendo vou ser adulta até os 60, quando entro na 3ª idade. Que delícia, espinhas para sempre.

Acne na mulher adulta, não tem causa em hormônios, mas a pílula pode ter efeito. Outra opção é um ritual de sabonetes, loções, pomadas, cremes e secativos. Por fim tem a isotretinoina, uma substância usada por via oral que, no meu caso, teria que ser tomada por 8 meses e, apesar de estar todo mundo tomando por aí, é extremamente hepatotoxica.

Essas são minhas opções: brincar com meu fígado, tomar pílula para o resto da vida ou passar o resto da vida escrava de uma gama de cosméticos. Apesar da minha dermatologista fazer torcida pela isotretinoina, a opção mais sensata são os cosméticos que só me gastam tempo e dinheiro, no entanto ainda estou a decidir.

Hoje, dia 08 de Maio de 2010, tenho 13 espinhas no rosto, eu sei, não é o fim do mundo. O que são 13 espinhas perto da estranheza da adolescência?

domingo, 18 de abril de 2010

Delatora

Chuva, chuva e mais chuva.
Depois de São Paulo, o Rio debaixo d’água.
Realmente quando chove não há o que fazer, no entanto durante todo o resto dos dias, meses e anos, há muito trabalho a fazer, mas trabalho dá trabalho.

Além de todos os pontos clássicos de alagamento temos um novo, a Vila do Pan. Como se não bastasse, as obras para o pan terem sido caras, muito caras, caras além do necessário, elas acabaram em prédios de risco, ginásios abandonados e um bolsão de água gigante.

Bolsões d’água são ruins, mas os desabamentos são muito piores. A causa, o DESCASO.

Nesta semana, o que se viu foi flagras do descaso ocasionados pela chuva.
A chuva delatou o abandono não só na cidade, mas no estado do Rio.

Chover pode, afinal é da natureza. O que não pode é ter gente morando em encostas e lixões. Quanto carente deve ser uma população para existir pessoas morando em lixões? E elas ainda pagam impostos! Hei, não é na África não. É aqui, no Rio de Janeiro.

Estamos num buraco enorme. Há algum tempo já não dá mais para ver luz. As carências são tão primitivas, de base. E o que se faz agora é tapar o buraco e soterrar a gente cada vez mais dentro dele. Todas essas medidas emergenciais, agora necessárias, vão ser feitas e fim, mais nada. Fica tudo como está: pessoas nas favelas, pobres, analfabetos, obras superfaturadas e mal feitas, dinheiro jogado fora, Copa do Mundo, máfias do transporte público, tráfico de drogas, Olimpíadas, asfalto esburacado, violência, corrupção, praias sujas, esqueleto de cidade da música, baia da Guanabara poluída, greves irregulares em momentos inadequados, chuva, desabamento, medidas emergenciais de merd....

Não vejo trabalho sério, só vejo um bando lambão de políticos se aproveitando para fazer campanha com a desgraça dos outros.

Eu amo o Rio de Janeiro e é triste confessar que perdi a esperança.

domingo, 28 de março de 2010

Finalmente 30

Depois de dois anos e meio de crise antecipada, que se intensificou na semana do dia 26 de fevereiro, me vi com 30. Vi que ocupei parte do meu tempo sofrendo com uma crise inútil, por uma situação inevitável.

Esse ano de 2010 começou bombástico. Logo na virada, chuva forte, alagamento e deslizamento em Angra, 50 dias de chuva em São Paulo causando caos. Terremotos e tsunamis pelo mundo. O histórico julgamento e condenação dos Nardonis e Jatobás, a inacreditável prisão do governador de Brasília (provando que o ano não foi só de desastres)... Diante disso, o que é fazer 30?

Bom, fazer 30 é passar a enxergar um pouquinho mais as celulites, a barriguinha e se irritar ao reparar os primeiros vincos do rosto se formando, e um segundo depois se sentir a mulher mais linda do mundo. É olhar para tudo que foi construído e achar muito pouco e no mesmo instante ter certeza que está no caminho certo e que o que foi construído é seu e ninguém pode tirar isso de você. É olhar para as crianças de 20 e sentir saudade da época em que não se tinha tanta responsabilidade e na mesma hora perceber que não trocaria os 30 pelos 20, pois 30 é, sem dúvida nenhuma, muito mais interessante. É, ao mesmo tempo, não querer mais ser chamada atenção e entender porque os pais se preocupam. É amar ainda mais a família. É ser dona de si. É deixar pra trás complexos antes tão aborrecedores e hoje tão imbecis. É se compreender melhor. É ser mais confiante. É saber se amar e se perdoar. É finalmente compreender o grande barato da maturidade.

Enfim, ter 3 décadas não é ruim, em mim doeu mais antes do que durante.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Haiti

Outro dia fiquei pensando, se existe um inferno ele deve se parecer com o atual Haiti. Não que o antigo já não fosse infernal, mas o dos últimos dias, que vai se arrastar por meses e anos, é ainda mais diabólico. Não deixa mentir o dito popular: Não há nada tão ruim que não possa piorar.

Não tem uma vez que eu veja aquelas imagens que não chore. Seja pelo menino torcendo pelo resgate da irmã, seja pela senhora de oitenta e tantos anos, pelo outro menino que nos presenteia com uma linda imagem ao abrir os braços após ser resgatado, ou pelas filas, pelo desespero, pelos paus e facas, brigas e confusões, feridas e retalhos, fome e sede, medo e incerteza, solidão. Choro pelo caos, pela impotência daquela gente perante o caos. Pelas dores e perdas impressas nos semblantes. Perda da família, dos bens, da vida, da esperança.

A única certeza é que muitos ainda vão morrer soterrados, machucados, doentes, de inanição, a pauladas, pancadas e facadas. Chega a ser difícil de acreditar mesmo vendo as imagens.

De repente a natureza os deixa a deriva, segregados, sozinhos mesmo com tanta ajuda chegando. O que a natureza faz é difícil de prever e impossível de impedir, resta saber o que o homem vai fazer daqui para frente.
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