segunda-feira, 31 de maio de 2010

Montanha Russa

Tempos de marasmo fazem a gente descansar, se acostumar e deprimir. Não têm adrenalina, expectativa, ansiedade, frustrações, subidas ou descidas. Sempre a mesma coisa, pode ser bom, tranqüilo ou depressivo, melancólico.

Porém existem as fases das montanhas russas, onde numa mesma semana, às vezes no mesmo dia, temos altos e baixos, risos e choros, comemorações e frustrações. É bom quando o saldo é positivo, mas pode ser ruim quando acaba em débito.

Depois de um longo período de marasmo, entrei numa montanha russa, de subidas e descidas, loopings radicais, muita adrenalina. Todos os pacatos planos para o primeiro semestre foram por água abaixo. Ótimo, a pasmaceira estava mesmo me cansando. Eu desejava viradas, velocidade, mudanças. É um período para aprender que devemos resolver uma coisa de cada vez, dentro das possibilidades. Todas as novidades, as coisas boas, os problemas, as pedras rolam de uma só vez, mas devem ser administradas uma por uma, com calma e sabedoria. Isso se aprende com o tempo.

Aos poucos as coisas vão se resolvendo, sempre da melhor forma. O que antes era visto como problema, agora é sabido que estava lá para me fazer enxergar além, ver outras soluções, outros caminhos. O que parece é que como a montanha russa tem eletricidade e trilhos que mantem os vagões organizados e seguindo adiante pelos loopings, na vida existe uma energia muito além da gente, que não podemos ver, que rege tudo isso com destreza, nos mantem no prumo e faz que no final dê tudo certo.

Como nas montanhas russas, nessas fases temos emoção, gritamos, rimos, nos desesperamos, achamos que não vamos agüentar chegar ao final, mas quando acaba, entramos de novo na fila.

Nesse sobe e desce a vida segue até que as curvas acabem e volte à necessária e monótona calmaria.

domingo, 23 de maio de 2010

Direção e iPod

Eu amo dirigir. Durante anos trabalhei longe de casa, portanto passava pelo menos duas horas no volante, uma para ir, outra para voltar. Aproveitava esse tempo para fazer terapia, fazer uma auto-analise da vida, falar sozinha, mas minha distração predileta sempre foi a música. A música me faz sonhar, lembrar, viajar, voar...

Cantarolar e dançar na direção é a minha especialidade. Quem olha de fora deve achar que sou doida ou estou doida. Vejo risos, deboches, olhares curiosos, cúmplices, disfarçados. "Tô nem aí”, sigo dirigindo e me divertindo.

Ainda por cima, surge um aparelhinho mágico, o qual resisti em comprar por não ter menor intimidade com tecnologia. Contudo, me rendi e me apaixonei pelo tal iPod, principalmente pelo modo aleatório.

Ligo sem ter a menor idéia do que está por vir, então começa a tocar “Deixa Eu Te Amar” do Agepe, o que me faz lembrar a infância em Marica, seguido de “Silent Morning” do Information Society e memórias de amigos dançando break. Rola “Tempos Perdidos” da Legião, e me remete aos tempos das rodas de violão. Quando toca “Fatamorgana” de Urszula, me vejo dançando a coreografia da festa de 9 anos. É a vez de “Your Love” do The Outfield = matines no Colégio Militar. “Nosso Sonho” de Claudinho e Bochecha, me lembra do meu aniversário de 15 anos. "Ursinho Pimpão" do Balão Mágico, casa dos meus avós na vila em Vila. "Rock With You" do Michael, me faz lembrar dele e as vezes as lágrimas descem, mas "Am I the Same Girl" do Swing out Sister faz com que eu as limpe lembrando imediatamente da minha mãe feliz da vida dançando. Ao ouvir "Chorando Se Foi" do Kaoma, volto ao carro da vizinha que me dava carona para o colégio e marcava a lambada batendo no volante e na marcha. “Bamboleo” dos Gipsy Kings me leva à viagem de carro de Recife a Fortaleza com meu pai, meu irmão e um primo. “I Will Survive” da Gloria Gaynor me lembra as meninas do Ibeu e minha prova de direção de baliza no autódromo, há 12 anos atrás, a qual eu já fiz cantando ao volante...

São tantas músicas que esqueço que elas estão ali, então sou surpreendida a toda hora. Ora estou cantando freneticamente, ora rindo, ora chorando. Apesar de fazer regras como não pular as músicas, não repetir, simplesmente deixar rolar, de vez em quando não resisto e repito a mesma música umas três vezes.

O aparelhinho tão pequeno virou companhia imprescindível no trânsito, me fazendo desesperar quando, de repente, a bateria acaba e me deixa na mão. Não tenha medo de cruzar comigo por aí ao volante, apesar das várias multas que tomei distraída com as músicas, depois da minha pequena aquisição nunca bati com o carro.

sábado, 8 de maio de 2010

Acne

Fui uma adolescente estranha, como todo mundo. Já aos 15 media 1,77m e tinha uma hipercifose gerada pela tentativa de diminuir uns centímetros. Era bem magrinha, não coloquei pernão, coxão, bundão e peitão. A brancura e os cabelos ralos e compridos fechavam o visual. Apesar de estranho, meu visual não incluía as famosas espinhas de quase todos os adolescentes.

Hoje, aos 30, adoro meus 1,77m, e venci minha hipercifose. Continuo magra, mas nem tanto, e não me importo mais em não fazer o tipo brasileira boasuda. Os cabelos continuam fininhos, porem não tenho mais a necessidade de tê-los compridos. Minha cor continua alva, mas como me mudei para perto da praia, tenho um projeto: COR SAUDÁVEL COM SAÚDE, que significa ganhar uma ‘corsinha’ sem abusar do sol.

No entanto, as espinhas tomaram conta de mim. Vai entender.

O diagnóstico: ACNE NA MULHER ADULTA.

Bom, ao que entendo vou ser adulta até os 60, quando entro na 3ª idade. Que delícia, espinhas para sempre.

Acne na mulher adulta, não tem causa em hormônios, mas a pílula pode ter efeito. Outra opção é um ritual de sabonetes, loções, pomadas, cremes e secativos. Por fim tem a isotretinoina, uma substância usada por via oral que, no meu caso, teria que ser tomada por 8 meses e, apesar de estar todo mundo tomando por aí, é extremamente hepatotoxica.

Essas são minhas opções: brincar com meu fígado, tomar pílula para o resto da vida ou passar o resto da vida escrava de uma gama de cosméticos. Apesar da minha dermatologista fazer torcida pela isotretinoina, a opção mais sensata são os cosméticos que só me gastam tempo e dinheiro, no entanto ainda estou a decidir.

Hoje, dia 08 de Maio de 2010, tenho 13 espinhas no rosto, eu sei, não é o fim do mundo. O que são 13 espinhas perto da estranheza da adolescência?
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