sábado, 18 de agosto de 2012

Os Meus Romanos

Uma amiga me emprestou o livro Os Meus Romanos – As Alegrias e Tristezas de Uma Educadora Alemã no Brasil, que consta da tradução de um apanhado de cartas que Ina Von Binzer escreveu a uma amiga durante período que passou no Brasil, período este que vai de 1881 a 1883.

Ina, sobre o pseudônimo de Ulla, escreveu cartas riquíssimas em detalhes a sua amiga Grete fazendo-nos ter a imagem clara de como era a vida neste rico período de nossa história.

Na época era comum às famílias abastadas contratarem estrangeiras para ficarem responsáveis pela educação de seus filhos e assim a alemã veio parar no Brasil.

Ela trabalhou em duas fazendas, uma nos arredores do Rio e outra de São Paulo, além de um colégio. Conheceu a cidade do Rio, São Paulo, Petrópolis e Santos. Além da perfeita descrição das cidades e fazendas, dos passeios de trem e a cavalo, de eventos como Carnaval e Festa de São João, da vida de estrangeiros e brasileiros brancos e escravos, Ina é muito perspicaz e faz muitas críticas sobre os costumes e personalidade do povo brasileiro e onde isso o levará. Também prevê a vida no Brasil após o fim da escravidão. 

Inteligente, espirituosa, com humor ácido a estrangeira de apenas 22 anos vai além de qualquer expectativa.

Não percam essa leitura.

A Prévia do Rio nas Olimpíadas

Assistindo a cerimônia de encerramento das olimpíadas me veio a seguinte pergunta: Quando deixaremos de ser medíocres e cafonas?

Vou começar pela falta de gosto:
- Tudo bem abrir com Renato Sorriso, ele é espetacular, mas precisava coloca-lo com uniforme laranja da Comlurb e ainda a vassoura na mão?
- Ok, a Marisa Monte foi ótima interpretando Villa-Lobos, mas era necessário estar vestida de Iemanjá em cima de um carro alegórico que passou sem nexo no meio do nada?
- Quem é B Negão? Por que Chico Science? Nós somos o país da internacional Garota de Ipanema.
- Desculpem- me os fãs de Seu Jorge, mas ele consegue acabar com qualquer música.
- Concordo que Pelé é o atleta do século, que jogou muito futebol e tem que ser lembrado sempre, mas a Copa de Mundo está aí pra isso, não? Pelé não foi atleta olímpico, na época nem tinha futebol nas olimpíadas. Será que de vez em quando não podemos usar outro?

Agora a mediocridade:
- Sei que não podemos fugir do samba, mas será que só temos isso? Cadê a Bossa Nova?
- O que representou Alessandra Ambrosio? De novo a sensualidade da mulher brasileira?
- Por que sempre temos que vender a imagem dos índios?
- Cadê nossas grandezas? O Brasil que inventou o avião, o relógio de pulso, o “bina”, a urna eletrônica, a volta olímpica, o Brasil que acolheu milhares de povos e que por isso tem um povo miscigenado que vive paz, cadê?

Só faltou a selva e os canibais. Pelo menos as mulatas estavam vestidas desta vez.
Enfim, apresentação sem criatividade, cheia dos estereótipos e pequenez de sempre. Sexo, carnaval e índios. É só disso que vive o nosso país?

Será que pedir grandeza é demais?

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Os Mais e Menos da Olimpíada de Londres

Os atletas brasileiros são sempre Mais. Eu fui atleta, sei a realidade e ela é feia e cruel.
Vejo as pessoas dizerem que nossos atletas precisam de acompanhamento psicológico, sim sem dúvida, mas antes precisam de comida, tênis, roupas, acessórios, lugar e condição apropriada para treinar, preparadores físicos, dinheiro para chegar ao treino, condição para se sustentar tendo como profissão o esporte. Já vi atletas sendo ajudados por famílias de outros mais abastados, fazendo rifa, vaquinha ou pedindo dinheiro emprestado para comprar uma passagem e ir treinar, para comprar um par de tênis e até para ir a um campeonato mundial e mesmo para as olimpíadas. Por superarem isso tudo, eles são muito Mais.

A retaliação pelo Twiter sofrida pela judoca brasileira eliminada Rafaela Silva é Menos. Não aparece um para ajudar, mas para pichar não falta ninguém.
Bolt é Mais e Phelps é super Mais.
A única atleta brasileira Menos é Fabiana Murer, não pelo seu desempenho, mas pelo seu comportamento e palavras.
Menos para a falta de novas gerações no Brasil.
O boxe brasileiro é ultra Mais.
Ao chamar atenção de todos pela perseverança, a polonesa Natalia Partika é Mais.
Para o presidente da Confederação Brasileira de Boxe, Mauro Silva, uma vaia e Menos.
Mais para o judô brasileiro.
Menos para a transmissão da Record.
O bicampeonato do vôlei feminino é tudo de Mais.
Por ter sido cafona, sem criatividade e ter tido os estereótipos de sempre, a apresentação do Rio no encerramento das olimpíadas é Menos.
Para a emoção de ver a bandeira brasileira no topo e acompanhar o hino nacional, mesmo tendo sido apenas 3 vezes, MUITO MAIS.

Michael Phelps

Tem como não torcer pelo Phelps?

Imagina só, alguém que aos vinte e sete anos já trabalhou duro durante 20, se consagrou melhor absoluto do mundo, ganhou dinheiro e se aposentou. Fantástico.

Ele não só ganhou 22 medalhas como 18 de ouro, ou seja, quase todas. Conseguiu ganhar 8 medalhas de OURO em apenas uma olimpíada. Preocupou-se e participou de 8 provas, o que significa que ele caiu na piscina, entre classificação, semifinais e finais, muitas vezes mais que a media dos outros atletas e ganhou mais medalhas que qualquer outro atleta de qualquer outra época. Fenômeno.

Aqui em casa somos todos fãs e torcemos para ele quebrar todos os recordes. Minha avó estava tão enlouquecida que gritava “vai, vai” vendo um replay. :) Às vezes tinha que lembra-la que ele é americano, mas no final eu também torcia como se ele fosse brasileiro.

Espero que ele tenha uma boa aposentadoria, não perca a cabeça, não engorde :) e dê o ar da graça no Rio em 2016, não para competir, já que ele resolveu parar, mas apenas para dar um alô.

Olimpíadas 2012

ADORO olimpíadas. Tudo me fascina: as estórias, a garra, os corpos, as vitórias, as derrotas, novos recordes, a emoção de ganhar uma medalha, o hino tocando...

Vejo os músculos definidos mostrando nossa perfeição anatômica, a destreza dos movimentos mais difíceis, a capacidade de correr, nadar, velejar ou remar cada vez mais rápido, saltar mais alto e mais longe. Levantar pesos maiores. Realizar piruetas rebuscadas e criar novas piruetas no chão, com aparatos, em queda livre e na água. Às vezes, não dá para acreditar em nossos olhos.

Sempre que começa uma olimpíada penso que chegou a hora de definir os limites do corpo humano, que serão redefinidos daqui a quatro anos e acho incrível saber que todos nós, seres humanos, somos capazes de tais façanhas. É uma questão de escolha, treino e perseverança. 

Duas semanas de pura diversão e emoção.
Está decidido, na próxima, tiro férias.
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