sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Mandela

Nelson Mandela


Eu vi um filme sobre apartheid há muito tempo e fiquei a principio consternada e depois encantada com o jeito que Mandela dissolveu o sistema racista e transformou o país em uma democracia multirracial.

Ele conseguiu acabar com um sistema repressivo, violento, impiedoso, que gerou muita dor e raiva e, com certeza, um grande sentimento de vingança, sem deixar o jogo virar, ele simplesmente zerou tudo.

Numa atitude brilhante, pacificadora e corajosa, Mandela perdoou os crimes cometidos pelos brancos. Eles tinham que ir ao tribunal, confessar diante das famílias negras todo o mal que fizeram e pronto estavam livres. O primeiro sentimento que brotou em mim, foi o de injustiça. Como aqueles crimes tão perversos iriam ser perdoados sem nem serem julgados? Junto à ficha caindo em minha cabecinha de ervilha veio o encantamento. Foi com essa atitude superior e nobre de paz e não de vingança que Mandela acabou com a “guerra”. Ninguém revida, ninguém mais sofre, a palavra é o perdão. Naquele cenário racista só um negro, alguém do lado mais “fraco” e sofrido, conseguiria fazer o povo absorver em seu coração a grandiosidade do ato de perdoar.

Li uma frase de Mandela “Lutei contra a dominação branca e contra a dominação negra”. E esta foi sua maior virtude, o olhar distante no futuro e  no desejo sincero da paz acima de tudo, evitando que o país sofresse ainda mais com um troco que não teria fim. No ato de não revidar, Mandela fechou um ciclo e elevou sua condição de vida e a de seu povo.

O corpo de Mandela se foi, mas seus ensinamentos de paz e perdão, sua sabedoria, sua humanidade, sua coragem e sua luz continuarão para sempre brilhando no mundo inteiro.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Brothers and Sisters

Photo: ABC/Justin Stephens
Depois que entrei para o mundo dos seriados americanos com Dexter, veio parar em minhas mãos os boxes das 5 temporadas de Brothers and Sisters.

Quem me conhece sabe que minha família é grande, agitada e unida no estilo três mosqueteiros, e o seriado é exatamente isso, então logo me apaixonei por Nora (a protagonista) e sua família.

Nora é uma mãe dedicada (como uma mãe brasileira J) de 5 adultos, e tem que lhe dar com diferentes questões como casamentos, divórcios, netos, noras e genros, infertilidade, homossexualidade, morte, traição, dependência química, desemprego...

Eles, a mãe, o tio, os filhos e seus cônjuges são próximos, não guardam segredo, brigam, fazem as pazes, implicam, se divertem, riem, tomam muito vinho, falam todos juntos ao vivo e no viva voz, se reúnem em volta da mesa da cozinha, torcem um pelo outro, apoiam um ao outro, enfim, uma verdadeira família com todas suas dores e delícias.

Apesar de ser dramática, é leve e não nos leva aos prantos, mas a uma lágrima por capítulo (no meu caso que sou super manteiga derretida). Algumas vezes a tentativa de manter o drama sacrifica demais as personagens deturpando seus caráteres.

Como todas as séries, Brothers and Sisters não tem como prender os atores por todas as temporadas, então a partir do momento que eles não assinam a próxima temporada ou quando a emissora resolve cortar gastos os roteiristas tem que rebolar para dar fim às personagens e, neste seriado faltou habilidade e criatividade e a saída não convence, como a de Tommy, Rebeca, David e Holly Harper.

O seriado mostra também questões bem americanas como a forte diferença entre Republicanos e Democratas nos mais diversos assuntos como impostos, legalização do aborto, saúde, gastos com as questões militares, salário mínimo, pena de morte, direitos homossexuais, etc; também como funciona um processo de adoção por lá com diversas possibilidades e tão diferente dos daqui e as questões de quem volta de uma guerra (fato comum nos EUA).

Essa é uma série "menininha" com homens e diálogos perfeitos e com muitos episódios, estilo novela brasileira. Se esse é o seu perfil, vale a pena conferir.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Blue Jasmine

Eu adoro Woody Allen pela fotografia, pelas músicas, pelas estórias não violentas e cotidianas contadas
sempre com um toque de humor. Seus filmes não são claros nem escuros, com lindas paisagens, o melhor do Jazz, não têm pressa nem correria, sem bombas explodindo ou perseguições, sem cenas chocantes, são simplesmente confortáveis.

Particularmente gosto mais daqueles que a estória tem um contexto além do psicológico dos personagens, como Match Point, Vicky Cristina Barcelona e Meia Noite em Paris, mas Blue Jasmine é o diretor no seu grande estilo.

O filme conta o meio do caminho da vida de duas irmãs que são e tem vidas totalmente diferentes. É um clássico Woody Allen: lento, com muitos diálogos, humor e moral da estória sutis, personagens neuróticos (mas afinal quem não é, né?) e grandes atuações. Aplausos extras para Cate Blanchett.

É um bom filme para quem gosta do gênero do diretor, mas acho que ele podia ter aproveitado para nos presentear mais com as lindas paisagens de São Francisco. :)
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