domingo, 29 de maio de 2011

Irmão

 
Há mais ou menos um ano meu irmão foi morar sozinho.

Bom, não podemos negar que já era hora, mas ele bem que podia estar no apartamento ao lado.

Bruno mora em outro bairro e trabalha muito, por isso não temos nos visto com tanta freqüência. Uma pena.

Quando morávamos juntos quase nunca perdíamos a hora do jantar. No apartamento de Vila tínhamos uma mesa na cozinha e lá jantávamos quase todas as noites. Era a hora de falar dos acontecimentos do dia. Eu do meu trabalho, ele do dele. Eu das estórias interessantes, das pessoas, dos colegas de trabalho, do meu patrão, dos entendimentos e desentendimentos; e ele de todos aqueles nomes de gráficas dos quais jamais decorei por serem tão esquisitos e parecidos, dos funcionários, dos trabalhos e suas complexidades, dos prazos, do estresse, também dos desentendimentos e entendimentos. Que horas maravilhosas eram aquelas.

Meu irmão é apaixonado pelo que faz e sempre conta suas estórias com um entusiasmo contagiante. Além disso, é muito engraçado e torna tudo muito divertido.

Apesar de parecer, e é provável que seja verdade, que em todos os outros assuntos nossas opiniões sejam sempre tão divergentes (o que muitas vezes nos levou aos gritos e deboches e até interrupções precipitadas do jantar), nós sempre tivemos muita sintonia. Nossas brigam duravam no máximo até a hora de sentar a mesa na noite do dia seguinte e então tudo estava resolvido e as piadas voltavam e as gargalhadas também.

Faz quase um ano, mas sinto tanta saudade que parece que faz muito tempo que ele saiu de casa. Acho que ele sente falta também.

A vida é assim mesmo, temos ir seguindo, não tem jeito. Quem sabe um dia nós encontramos uma forma de resgatar aquelas noites tão divertidas!

Paul

Desde que me entendo por gente os Beatles estão presentes na minha vida através de meus pais, no entanto não fui ao show do Paul por n motivos que nada têm a ver com falta de vontade ou desinteresse.

Conheço um monte de gente que foi e é unanime que tudo foi perfeito.

Todos elogiaram a organização, o transporte, a harmonia das pessoas, a camaradagem, o som, mas nada disso tirou o foco do que realmente interessava: PAUL.

Sem dúvida o ex e sempre Beatle foi o ponto alto da noite e um dos mais altos pontos já vindos ao Brasil.

Disseram-me que ele cantou por duas horas e trinta minutos ininterruptos (sem pausa nem para beber água) todos os sucessos esperados pelo público, colocou todo mundo para dançar, usou roupa estilo anos 60, deu parabéns para uma fã, agradeceu a outra pelo nome (que estava escrito em uma faixa), foi o tempo todo simpático, retribui todo carinho despejado pelos fãs e foi de um profissionalismo ímpar.

Depois de tantos visitantes ingratos, finalmente os cariocas puderam desfrutar de um verdadeiro cavaleiro. Sir Paul McCartney ao que parece também se divertiu muito em sua estada no Rio. Que bom.

Eu, como brasileira, carioca e fã dos Beatles, fiquei feliz e satisfeita.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Eu Sou de Peixes

Sabem aqueles dias de TPM em que a mulher fica sensível e chora a toa? 

Eu como uma boa pisciana sou o tempo todo assim. Parece que a há uma torneirinha nos meus olhos sempre pronta para ser aberta ou sempre gotejando. Se leio um livro, meus olhos se enchem de lágrimas em vários momentos, por motivos variados e nada seletivos: amizades incondicionais, injustiças, sensação de impotência, decepções amorosas, amores impossíveis, provas de amor, momentos de felicidade, de tristeza, perdas, ganhos, ou seja, por qualquer coisa. Com filmes, novelas, comerciais, filmes do You Tube, e-mails e até trailers, é isso mesmo trailers, acontece exatamente a mesma coisa. Às vezes no meio do trabalho alguém me surpreende com uma estória linda, ou triste, etc, e as lágrimas começam a se formar e eu tenho que disfarçar rapidamente para não acharem que sou desequilibrada. Imagina uma pessoa dessas na TPM. Como é sofrido!

É sofrido ser romântica demais, sonhadora demais, ingênua demais.

Com o tempo, e a maturidade, comecei a enxergar melhor as coisas, ou seja, aprendi a ser mais realista, sonhar menos e agir mais e também a me defender, a dizer não quase sempre que necessário, a me impor. Isso é um processo lento, doloroso e imprescindível, comparável a educar e dizer não a um filho, sendo, nesse caso, eu o filho.

Uma vez eu disse que ser de peixes é bom para os outros e um amigo rebateu dizendo que ser bom para os outros é bom pra gente também. Gostei, é uma outra perspectiva, portanto que, para isso, eu não precise me violentar.
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