domingo, 25 de novembro de 2012

Ainda em São Francisco


São Francisco tem bairros bonitos, diferentes, que nós nos sentimos bem, seguros e felizes, mas tem os bairros cidade grande que estragam o clima californiano. O centro da cidade é ruim. Muito mendigo, pessoas te parando para pedir dinheiro. Mendigos mesmo, como os nossos, vestindo farrapos sujos, muitas pessoas com deficiência, sem dentes, cegos, a grande maioria é de negros e quanto mais tarde pior fica porque quanto menos gente na rua, mais a gente percebe a pobreza em volta.
  
Num sábado pela manhã, já eram 11hs, resolvemos ir andando para o Civic Center, onde fica a prefeitura. Subimos pela Market Street, conversando vendo um mendigo e outro e caras típicos "malandro americano" como vemos nos filmes, com a calça caindo, boné torto na cabeça, blusa de time de basquete... E quando percebemos tinham dezenas deles, todos com as mesmas características, falando inglês rápido e com gírias, se cumprimentado com low fives e... ... ... Vendendo drogas. Fomos olhando as ruas transversais para ver se dava para mudar o rumo, mas estavam todas repletas de traficantes. Sabe aquelas cenas de filme que aqueles caras “swingados”, dizendo “hey,  ‘iyou’", vão passando uma coisa para a mão do outro disfarçadamente?  Pois é. Eu não estava num beco, viela, pé de morro, nada desse tipo, eu estava numa rua larga e organizada há duas quadras da prefeitura. Sinistro. Vai dizer que a polícia não sabe que tem aquela galera vendendo droga ali, no meio da rua, às 11 da manhã de um sábado? Agora vem falar do Rio para você vê só. Upf! Bom, a dica é evite a Market St.

Depois de passar a pé pela boca de fumo de SF :), cheguei ao Civic Center. A prefeitura é um prédio imponente, muito bonito. O domo é o quinto maior do mundo e é mais alto que o do capitólio dos EUA em Washington. O prédio ocupa dois quarteirões. O jardim em frente ao prédio também é imponente com árvores nas laterais formando um bem largo corredor de acesso à entrada principal. Quem projetou o prédio, projetou outros no mesmo quarteirão, como a Opera House e o Veterans Building, então podemos ver a mesma imponência ao redor deixando a área padronizada. Eu me senti pequenina no meio daqueles prédios todos. Esse é o estilo do bairro nobre também, só que Nob Hill é um pouco menos sóbrio, com menos distância entre as construções, mais aconchegante e mais charmoso.

De , de ônibus desta vez (bateu um medo de seguir a pé) fomos para o Píer 39. É o maior de todos e faz as vezes de orla e não se estende para dentro do mar como a maioria deles. Muito charmoso com canteiros e flores de todos os tipos e cores. É todo de madeira e tem dois andares com pontes de madeira muito graciosas unindo um lado ao outro. Muitos bares, restaurantes, lojas e até uma lojinha para canhotos onde pude comprar um imã escrito: “I may be left handed but I'm always right", que fique entendido. :) Talvez tivesse sido melhor comprar uma camiseta, já era. :))))

São muitos os meios de transporte da cidade, mas os imperdíveis são o streetcar e o bonde, que é mais uma atração turística que um meio de transporte, até porque é mais caro.

É isso gente, infelizmente a viagem acabou. :( Hora de voltar para realidade.

Mais de San Francisco

Palace of Fine Arts – Foi uma das construções feitas na cidade em 1915 para a Panama-Pacific International Exposition que celebrava a abertura do Canal do Panamá. O arquiteto Bernard Maybeck se inspirou na arquitetura grega e romana. É lindo e imponente em arquitetura, que junto com o jardim e a lagoa fazem do lugar um daqueles que nos faz sentir em paz.


Golden Gate Park – Consiste numa grande área cheia de atrações diversas entre jardins, museus, área para meditação, cachoeiras... Eu amei o Strawberry Hill e o Chinese Pavillion. Vejam todas as atrações no stie do parque: www.golden-gate-park.com. É imperdível.

Pacific Heights – Entre 1850 e 1900 São Francisco cresceu com a construção da Estrada de Ferro Transcontinental. O que trouxe dinheiro para a cidade. Os ricos construíram em Nob Hill e a classe média alta se instalou em Pacific Heights que é o bairro das casas vitorianas. É um charme total. Uma das casas, Haas Lilienthal House, virou museu com artefatos e mobília originais. Vale a pena a visita.

Castro - É o bairro gay, apesar de não ser bonito, é colorido, com letreiros em neon, lojas onde se encontra tudo para um look Drag Queen, sex shops e com sorte pode-se ver alguma manifestação ou comemoração ou exibição animada e diferente.

Alcatraz - De ferry, partindo do Pier 33, se chega em Alcatraz, ilha conhecida como The Rock, que foi programada para ser um farol, uma fortaleza militar, uma prisão militar e mais tarde uma prisão federal que foi desativada depois da fuga de 3 criminosos. Podemos visitar a prisão desativada e ver as belezas naturais da ilha como as piscinas naturais entre as rochas. Dependendo da época que se vá é melhor garantir o ingresso indo ao píer logo no primeiro dia na cidade ou comprando pela internet, pois pode acontecer de estar sold out.

sábado, 17 de novembro de 2012

Up To San Francisco


Eu ainda estou achando meio engraçado essa sensação de "já vi isso em algum lugar". Eles realmente fazem homenagem aos soldados mortos na guerra e aos que morreram no 11 de setembro. Os vendedores realmente fazem cara de idiota quando te atendem e as bandeiras continuam por toda parte. Nós brincamos com isso: If you look to your left, ladies and gentlemen, you'll see the American flag and right to your right, what? what? what?  The American flag, ladies and gentlemen. :)

Santa Cruz - Como disse antes, quase todas as praias aqui tem um píer. Lembre-se padrão americano, largo, comprido, organizado, se andarmos até o final estamos no meio do mar. O píer de Santa Cruz, nossa ultima cidade ate SF, é normal, bares e lojinhas, carros passando, mas dele, alem da grande vista do mar, podemos ver um... Parque de diversões. Vamos ver o que é isso, né? Na orla de Santa Cruz tem um parque tipo Terra Encantada. Um espanto mesmo. Grande, colorido e preparado para receber muita gente e toda a orla é preparada para isso tendo enormes banheiros públicos e muita lata de lixo, inclusive na areia de praia.

Como o meu forte não é parque vamos falar da cidade. Santa Cruz tem o estilo hippie. É uma gracinha como as outras, mas o clima é bicho grilo total. Lojas com vestidinhos, bijuteria, lenços, muitos artigos com a flor de lótus estampada ou o mantra om ou a palavra yoga, tudo hippie. Pessoas com muitas tatuagens, alguns cabelos sujos e engruvinhados, outros coloridos, roupas rasgadas e aquela atitude zen do tipo maluco beleza mesmo. A cidade segue o padrão gracinha, com canteiros, flores e arvores. Nas calçadas as pessoas tocam e cantam em troca de gorjeta. Bonita. Bom para passar uma tarde preguiçosa.

À noite chegamos a São Francisco e quando eu vi as luzes da cidade ainda da estrada pensei: ok, é aqui que a mágica termina. Quando entrei na cidade vi que a floresta agora iria ser de pedra. Que pena.

A noite na Union Square tem muita gente na rua e mesmo assim é meio assustador. Muitos mendigos, gente abordando pedindo dinheiro, gente mal encarada, meninos andando em bando e um friiiiiiio. É claro que não estaria andando a pé no Rio despreocupada a essa hora da noite, mas não era o que eu estava esperando. Tudo bem que a Union Square é o centro da cidade, mas mesmo assim, depois de tudo de lindo que vi na Califórnia até aqui, a primeira impressão foi uma decepção.

À primeira impressão pensei: Eu quero voltar pro sul onde o sol brilha, as florestas são verdes, as ruas têm flores e as pessoas te param na rua para te elogiar. Muito cedo para julgar, eu sei, então vamos que vamos.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Carmel e Redondezas


A viagem segue e começa a ter frio e neblina nas cidades.

Em direção a Carmel passamos por Morro Bay. Fomos até um deck onde ficam ancorados os barcos de pesca, muitos pássaros e pelicanos, cheiro forte de peixe e de repente estavam elas, as focas de novo, nadando cheias de charme ali bem pertinho da gente.

Daí para cima o encanto da Highway 1 começa pra valer. A estrada serpenteia na encosta e para nós, que estamos indo para o norte, a esquerda é o mar. Eu já disse que amo o mar? Tá, eu sei, algumas vezes, então imagine uma Monique com 5 anos ganhando seus presentes de natal, é mais ou menos isso. Muitos risos e gargalhadas e gritos de “paaaaaara” quando passa alguma entrada para apreciar a vista. E o que se vê é, bom, o Pacífico e as enseadas com muitas pedras nas encostas delimitando-as, muito bonito.

Big Sur é onde, além de acompanhar o Pacífico, a mata se fecha e a estrada parece passar por dentro de uma floresta de arvores bem verdes, algumas de troncos tortos e retorcidos. Ah, e de vez em quando uma neblina vem nos visitar para aumentar o charme. Lindo demais.

O estilo de Carmel é artístico, mas não pense em Hollywood, por favor, e sim em pintores e escritores. Foi criada para ser um reduto de artistas. Então pense num Solvang menos europeu misturado a uma pequena e chic Santa Barbara, adicione umas ladeiras, charme, charme e mais charme e terão Carmel. De novo, um conto de fadas. Imagine uma cidade dentro de uma floresta, mas de arvores baixas com a organização e padrão americano. Dá vontade de fotografar cada casa. Casinhas de madeira, algumas com pedras na fachada, todas cercadas de bem cuidados jardins, muitas flores, cores e plantas. No centro, luzes de natal, galerias de arte, charmosas plaquinhas de madeira. Parece cenário e penso: caramba tem gente que realmente mora aqui. A 17 Mile Drive é uma rua dentro de um condomínio dentro da floresta, com paradas para ver o Pacífico. Dá para acreditar nisso? Fotos da floresta, rua, casas e mar se fazem muito necessárias.
Monterrey é outro estilo, country talvez. Também tem um píer grande com restaurantes e lojas. Numa parada dessas em uma praça a beira e cercada por mar tínhamos pássaros em toda volta, focas, mais pedras, e... Esquilos!!!! Andando pra e pra cá, bem rapidinhos, sem medo dos visitantes, eles chegam pertinho e levantam as patinhas da frente pedindo comida. Uma fofura.

Agora só falta São Francisco.

domingo, 11 de novembro de 2012

Santa Barbara e Além


Santa Barbara é onde começa a fofura, daí para frente muito lugar lindo de morrer, tipo lua de mel. Pegue o charme, as flores, os canteiros e as arvores de Beverly Hills e multiplique por dois, terá Santa Barbara.

Na Califórnia as cidades pequenas seguem o mesmo padrão, mas têm estilos bem diferentes.
O padrão: ruas e calçadas largas e limpas, tudo bem organizado ( placas garantindo a organização) e adaptado para pessoas com necessidades especiais, casas fofas, pré fabricadas, pequenas (surpreendentemente pequenas), sem muro e uma preocupação estética grande, tanto nas ruas quanto nas casas, por exemplo, de uma forma geral os viadutos são bonitos, tem desenhos no concreto em alto ou baixo relevo ou arcos e as casas enfeitam seus jardins com muitas flores.

Estilos: San Diego, Los Angeles e São Francisco tem que ser divididos por bairros, porque são cidades grandes. O bairro de Santa Monica é praiano, Venice alternativo, Beverly Hills luxuoso, Old Town faroeste, North Park cultural, Hillcrest gay.

O estilo de Santa Barbara é chic. Como as calçadas são largas, têm muitas arvores (pena eu não saber o nome, mas são diferentes das nossas), são baixas e bem verdes, de vários tipos e muitos, muitos canteiros floridos, tudo coloridinho. Uma graça mesmo. Eu, que não gosto de tirar foto, me peguei fotografando as calçadas, as esquinas, as fachadas das lojas e restaurantes... Passando por uma bonita passarela de baixo de uma pontezinha em arco chegamos à praia. De novo uma larga faixa de areia e um píer, ciclovia cheia, vista bonita. Vontade de ficar de bobeira uma semana lá, mas só tinha dois dias. Para quem gosta de praia, aproveite a cidade porque depois é frio e mergulhar só para os corajosos.

Seguimos para Solvang. Na estrada a paisagem de morros áridos que ficam verdes e voltam a ficar áridos, quase como dunas, com uma vegetação rasteira queimada aqui e ali, e de repente como um oasis nos deparamos com o Lago Cachuma. Uma paradinha para admirar a vista e bater um papinho com os pescadores se faz necessária.

O estilo de Solvang é europeu. A cidade é um pedacinho da Dinamarca na Califórnia. Pegue Penedo, aumente de tamanho (lembre -se, tudo, ruas, calçadas...), adicionem mais flores, mais canteiro , mais arvores, mais encanto e terão Solvang. Placas de madeira penduradinhas na frente das lojas e restaurantes fazem às vezes de letreiros, uma mais bonitinha que a outra. À noite a cidade fica toda enfeitada com luzes de natal. Bem conto de fadas europeu.

Não percam Santa Barbara, Solvang e Carmel (próxima parada). São realmente fantásticas.

 Daqui para frente a viagem começa a esfriar. Casaco, gorro, cachecol. E vamos pro norte.
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