sábado, 26 de dezembro de 2009

Feliz 2010

Esse ano não fomos para Itaipuaçu, mas nosso Natal foi bem interessante, diferente.

Voltando, sem querer, ao último assunto, nós passamos o Natal com a irmã do meu avô e com sua família. Vieram as primas da minha mãe e suas filhas da minha idade. A última vez que eu vi as meninas foi no aniversário de quinze anos de uma delas que por sinal está grávida, bota tempo nisso. Não aproveitamos tanto esse reecontro. Podíamos ter trocado mais, mas as meninas se fecharam formando um grupo. Acho que sempre que não há troca, todos saem perdendo. No entanto, de repente depois de anos elas reapareceram nas nossas vidas. Por que será? Talvez não tenha nada de maior nisso, talvez tenha.


Eu adoro essa época de festas. Só tenho grandes e boas lembranças da época de Maricá com toda a minha família por parte de mãe e pai, na época em que eles ainda eram casados; na Vila em Vila com todos os vizinhos formando uma só família; no prédio no Maracanã com todas as travessuras da época de criança e em Itaipuaçu.
Meus Natais são sempre simples e repletos de alegria, amor e boa comida. Minha família nem se importa muito com os presentes, estarmos todos juntos é o que realmente importa para todos de coração.


Estou agora em recesso do trabalho, em paz, curtinho uma prainha, lendo meus livros (coisa que faço todo fim de ano), e esperando os amigos para o tradicional campeonato de buraco e para a virada do ano que com certeza será ainda melhor que o Natal.
Desejo a todos que 2010 seja repleto de AMOR. Muita paz, luz, e força para colocar todos os projetos em prática.
Muitos beijos.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Renata

Estudei no Cinco por muito tempo. No meu último ano lá, ou talvez no penúltimo, minha turma caiu numa sala pequena.
Eu sou alta e por isso sempre sentei no fundo da sala. Também porque, nessa época, a turma tinha mudado e eu mais conhecia os meninos que sentavam no fundo da sala.
Naquele ano, porém notei que ao meu lado se sentava uma menina que há muito já estudava comigo. Ela tinha um grupo meio fechado de amigas e, na verdade, no meu ponto de vista não combinavamos muito.

Sabe, eu nunca repeti ano, mas também não era muito estudiosa. Faltava sem motivo, gostava de conversar, fazer social, fazer esportes, falava com todo mundo e não era exatamente de grupos, portanto aquele grupo não era o meu. Elas estudavam, não participavam muito das aulas de educação física, eram delicadas e tímidas. Pelo menos essa era a impressão que eu tinha. Nem eu ia gostar delas, nem elas de mim.

No entanto, na pequena sala, a menina sentava ao meu lado e o grupo ia enfileirado na frente dela. Conversa vai, conversa vem, descobrimos que éramos fãs de Michael Jackson. Ela ainda mais que eu. O primeiro ponto em comum.

Além disso, Renata era uma artista, desenhava muito. Eu sempre adorei desenhos e ela me ensinou a desenhar bonecas. Meus desenhos não chegavam aos pés dos dela, mas até hoje me orgulho deles e dos rostos de perfil que também aprendi com ela. Ainda hoje, guardo alguns desenhos que ela me deu.
Descobri que ela amava animais assim como eu e que tinha um bom coração e isso é quase tudo.

Eu saí do colégio e perdi contato com Renata. Então, depois de muitos anos, com o orkut, de repente lá estava ela.

Ela, assim como eu, tem um blog que passei a acompanhar. Então descobri que também gosta de escrever e escreve muito bem.

Enfim, tudo isso para dizer que a vida é engraçada. Convivemos com pessoas valiosas e nem nos damos conta, quando resolvemos olhar para o lado, tum ela gira e muda tudo e de repente sem mais nem menos gira de novo.

Eu e Renata tivemos contato por pouco tempo. Hoje, somos distantes mas com muitas coisas em comum. Eu, de longe, fico feliz em saber que ela vai bem, continua tendo um bom coração, gosta e protege os animais, tem um bom emprego, ainda é apaixonada pelo Michael, continua amiga das meninas do grupo do colégio e sei que ela também lembra de mim.

Renata, beijos.

Siga a Renata no Eu Acho Que Ja Sei

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Hexacampeão

Há muito tempo queria escrever sobre o FLAMENGO, mas na eminência de um campeonato brasileiro, resolvi esperar.

Como já disse antes, eu sou apaixonada por meus avos. Desde sempre eles têm importância significativa na minha vida. Vovô é flamenguista roxo.

Ele fica tão nervoso quando o time joga, que muitas vezes nem assiste aos jogos com medo de ter um piripaque. A cada grande vitória ele volta a ser criança, grita, canta o hino, chora e tenta disfarçar em vão e essa é a única ocasião que ele até fala palavrões.

Vovó, que se diz vascaína, torce ferrenhamente para o Flamengo há 55 anos (desde que casou), mesmo que o jogo seja contra o Vasco. Chora ao ver a alegria do meu avô quando o time ganha.

Agora, me diz se tem como eu torcer para algum outro time se não o Flamengo.
Então sou flamenguista. Torço, brigo, xingo, dou risadas, grito...
Faço parte da maior torcida do mundo, a mais criativa, a mais bonita, a mais fanática, a que arrepia até os rivais. Sem dúvida é uma torcida que cobra, mas em compensação é a que mais dá em troca. Faz parte do time, realmente é a camisa 12 e faz a diferença.

Domingo no Rio, parecia final de copa do mundo. Todo mundo uniformizado, não de verde e amarelo, mas de vermelho e preto. Os bares e restaurantes lotados. Quase nenhum carro nas ruas. Fogos anunciando que a seleção rubro-negra estava em campo.

Hoje, eu queria parabenizar ao grupo hexacampeão, composto de jogadores torcedores declarados, e a gigantesca torcida, a gigantesca NAÇÃO rubro-negra.

Aos comentários dos outros e a todos os outros, tshhhhhh!!!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Maria Gadú

Dia desses uma amiga sem mais nem menos, nada especial, me presenteou com um CD. Era de Maria Gadú.

Uma outra amiga já tinha me falado dela. Minha mãe também. Ela a viu no Sem Censura e não estava levando muita fé. Gadú escolheu cantar Ne Me Quitte Pas e, diante das caras incrédulas dos convidados de Leda Nagle, arrasou. Um francês perfeito, uma voz maravilhosa, um arranjo gostoso e a já saturada canção ganhou cara nova, brasileira, irresistível.

O fato é que desde que eu ganhei o CD, não parei de ouvir. Gadú tem uma voz rouca confortável aos ouvidos. A maioria das letras é dela. São letras sofisticadas e regionais, assim como os ritmos de estilos variados e bem brasileiros.

Hoje em dia lamentavelmente tem muita gente fazendo porcaria por aí. É tanta caca que por falta de opção, acaba sendo digerida e absorvida. Numa época desta, é maravilhoso saber que ainda tem alguém fazendo música de qualidade.

Ela resgatou o melhor da MPB e por isso já é um sucesso.

domingo, 22 de novembro de 2009

Falando de Cachorros

Com a morte de Catarina, minha família ficou com 11 membros, três dos quais são cachorros.

É isso mesmo. Nossos cachorros, ou melhor, cadelas, são membros da nossa família, são nossas filhas. Morrendo uma, não há conforto no fato de termos mais três, pois aquela era única e insubstituível. Como qualquer um de nós.

Há muito tempo temos cachorros, mas pela primeira vez tivemos quatro ao mesmo tempo. Pudemos observar que mesmo as que eram da mesma raça e passaram a vida juntas, eram seres totalmente diferentes, com atitudes, reações e personalidades diferentes. Uma é calma, a outra bagunceira; uma late à toa, a outra a segue sem nem saber o porquê do latido, a outra fica de longe olhando sem entender nada; umas são limpinhas outras nem tanto; uma toma remédio facilmente roubando o comprimido da nossa mão, a outra só misturando na comida, a outra a força; umas comem enlouquecidamente, outras educadamente; uma é da mamãe, outra da vovó, outra do vovô... Em comum, elas têm o amor incondicional que sentem por todos nós. Todas são carinhosas, intensas e muito ciumentas.

Nós somos apaixonados por elas. Como diz a minha avó: Elas são a coqueluche da casa.

Se elas nos dão trabalho? Não vou mentir, dão. Trabalho e também preocupações, mas nos rendemos a elas, mesmo sem querer, basta olhar aquelas carinhas desesperadamente felizes e saudosas toda vez que chegamos em casa ou quando entramos e saímos do banheiro, como se tivéssemos passados dias lá dentro ao invés de minutos. Ou quando alguém saí e elas ficam tristes atrás da porta esperando, quanto tempo for necessário, a pessoa voltar.

Então, estamos tristes e eu entendo a tristeza de vovó que perdeu sua grande companheira, aquela que a seguia o tempo todo e a todo custo, mesmo que tivesse que acordar (e acordava ao simples movimento da minha avó), deixar de lado o carinho de outras pessoas e parar de comer. Ela deixava tudo para trás para seguir feliz todos os passos de vovó.

Para os que não conseguem entender, só me resta pena, pois a vida é muito mais colorida quando se tem membros como estes na família.

sábado, 14 de novembro de 2009

Catarina


Minha Catarina tinha 10 anos. Era delicada, medrosa, educada, limpinha e gulosa. Das quatro cachorrinhas era a mais meiguinha.

Cacá sofria do coração. Seu problema foi diagnosticado tarde demais e mesmo com o tratamento, ela não resistiu.

A casa anda triste. Vovó inconsolável. Manuela, a irmãzinha, perdida na casa.

Quando se tem um cachorro, mesmo sem ter sido trazido por você, mesmo se você tiver relutado com a idéia, uma hora vai se apaixonar, muito, não tem jeito.

Os filhotes em geral não me atraem muito porque apesar de serem fofos são irritantes, bagunceiros e destruidores, mas Cati não. Catinha sempre foi obediente.

Ela veio aqui pra casa para fazer companhia à irmã hiper ativa, mas apesar de serem da mesma raça, Katie já se mostrava diferente, calminha. Só implicava com as irmãs, pois tinha ciúme. Como era dominante, mesmo sendo a mais pequenina, impunha respeito entre as cachorrinhas.

Os cachorros são tão verdadeiros e nos amam tão intensamente que nos trazem felicidade o tempo todo, nas pequenas coisas e fazem com que nós nunca nos sintamos sozinhos. Nos ensinam um pouquinho sobre amor. Amor sem nada em troca. Amor por amor.

É difícil aceitar que essas coisinhas tão preciosas durem tão pouco. Acho que por elas serem tão especiais, Deus as quer sempre por perto.

A falta que estamos sentindo, eu sei, só o tempo resolve.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

This Is It

O documentário dirigido por Kenny Ortega é simplesmente perfeito. Consegue passar com exatidão como seria a turnê de Michael Jackson.

Mostra o amoroso, comprometido, engajado e exigente (tanto com a equipe quanto com ele mesmo) Michael, em ação.

Mostra a equipe fã, vibrando nos ensaios, aplaudindo, gritando, “tietando”.

O show seria grandioso, surpreendente. Teria mensagens de paz e de consciência ecológica. Seria, como sempre, um espetáculo de coreografias perfeitas, com dançarinos perfeitos e comandado pelo mais perfeito deles.

Michael está ótimo. Dançando, cantando, correndo, gritando, comandando com aquela mesma luz de sempre, fica difícil de acreditar que ele estava doente e muito mais difícil de aceitar sua morte tão estúpida e repentina.

No cinema dava para ver as cabecinhas dançando e ouvir as vozes cantando cada uma ao seu jeito, gritos de “hohoo, au, ihiii”, pés batendo no chão, estalos de dedos marcando as músicas, palmas, risos, lágrimas e no final a ovação.

Eu, assim como tantos outros órfãos de Michael Jackson, cantei, dancei, gritei, aplaudi, chorei, ri e saí feliz, querendo mais e ao mesmo tempo sentindo pena de mim mesma por não ter mais Jacko por aqui.

Eu nem mesmo sei explicar o tamanho do buraco que ficou no meu coração. Dói.

Recomendo à todos. Não percam.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Luto

O filme Tropa de Elite (2008) foi um estrondoso sucesso. Foi o filme brasileiro mais visto de todos os tempos. Foi um sucesso porque foi baseado em fatos reais que, sejam eles totalmente verdadeiros ou não, mostraram ao público que pode existir uma polícia forte, especializada e não corruptível. É disso que o Brasil carece e por isso o BOPE foi admirado e exaltado.

Nós queremos segurança. Nós queremos PAZ.

Por outro lado, o filme mostrou uma PM corrupta, nojenta, assaltante, covarde. A polícia que fornece armas a bandidos, que rouba peças de carro, que promove a lucrativa ilegalidade.

Na Lapa essa semana ficou bem claro que, no que diz respeito a PM, o filme além de real, ainda deixa a desejar, a PM é muito mais nojenta. Desta vez, ao que tudo indica, os policias usaram seu poder para assaltar os covardes assassinos de Evandro.

É claro que não podemos generalizar, mas...

No vídeo tudo me impressionou, a começar pela naturalidade dos bandidos em tirar uma vida. Eu, AINDA, me impressiono. Os homens após atirarem, foram embora tranquilos, sem correria, sem desespero, sem medo de serem pegos, como se estivessem acabado de comprar um sorvete. Quantas vidas será que eles já tiraram? E da polícia nada se pode esperar. Há muito tempo nós, cariocas, morremos de medo dela, mas de qualquer forma aquelas cenas foram dolorosas e chocantes.

Evandro, apesar de Silva, não era só mais um, era coordenador do grupo AfroReggae e além disso, bandidos e policiais bandidos tiveram a “falta de sorte” de terem seus atos filmados e irem parar na TV. Então, desta vez, porque houve essa sucessão de fatos não convencionais em torno do caso, os policiais foram presos e PODEM VIR a serem expulsos da corporação. Parece que outros policiais estão a procura dos criminosos, até uma investigação está sendo feita!

Ah, Evandro, assim como outros tantos, morreu por um casaco e um par de tênis.

Enquanto isso, as notícias sobre mudanças nas leis do código penal não param de chegar, leis cada vez mais brandas e permissivas. Chega a ser ridículo. Ainda tem uma coisa que leva o nome de “direitos humanos”, que é ainda mais ridículo. O povo no Rio já está tão cansado de ser massacrado, chacinado, que deixou bem claro em seu frenesi pos lançamento de Tropa de Elite, que quer o combate à violência custe o que custar. Ninguém quer mais saber DESTES tais direitos humanos que, assim como as leis, parecem funcionar contra a população.

O Brasil está tão podre que há muito já perdi quase toda a esperança. Digo que não acredito mais, mas no fundo, tenho a ansiedade de uma criança em noite de Natal por uma pequena boa notícia, um pequeno movimento de mudança, um esboço de melhora, um mínimo passo a frente, qualquer coisa.

Enfim o final da estória: De novo, nada vai ser feito.

Luto, desta vez por Evandro e pelo Rio.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Pausa

Pausa nas férias, no trabalho, na vida e um minuto de silêncio por Vila Isabel.

Como que prefeito, governador e presidente ousam colocar a cara na TV para falar qualquer coisa a respeito da guerra que Vila Isabel está vivendo sem assumir a culpa? Quando vão mostrar as mãos sujas de sangue?

O tiroteio começou meia noite, na madrugada de sexta para sábado, entretanto a polícia só subiu de manhã. “Ta dominado, ta tudo dominado”.

Como e porque um bandido numa prisão de segurança máxima usa celular??? Aliás, o que é uma prisão de segurança máxima? Alguém pode me explicar?

Em Vila Isabel, na Rua Senador Nabuco, Silva Pinto e imediações, há muito tempo, os bandidos andam com suas armas a mostra. Há muito tempo que não se pode passar de carro por ali. Se eu sei disso, é claro que a polícia sabe. E aí? “Ta dominado, ta tudo dominado”.

Agora o fim da estória: A polícia fica no morro até matar os culpados pela morte dos policiais. Feito isso, eles vão embora, o bairro fica entregue a própria sorte e os moradores ao regime dos traficantes. Até a próxima guerra, ou o próximo policial morto.

Ninguém (nem governo, nem polícia, nem povo) vai fazer nada. Até porque em 2016 tem as olimpíadas. A nossa esperança de um Rio melhor, de um Rio perfeito. HÁ!

sábado, 17 de outubro de 2009

Férias

Fui para Bahia.
Tive uma conferencia em Salvador e graças a ela, eu e um grupo de amigas pudemos tirar férias, longe dos namorados, maridos, noivos e filhos também. Desta forma, tivemos um tempo de liberdade.

Eu nunca fui uma pessoa de viajar com muitas amigas, apenas arranjo uma companhia e vou, em dupla. Desta vez, nos cinco primeiros dias éramos quatro e depois sete mulheres, amigas, livres, na Bahia.

É verdade que Salvador está meio abandonada, escura, com muitas favelas. O Pelourinho está de novo caindo aos pedaços, sujo, com as fachadas precisando de mais uma reforma e os pedintes te intimidam, a ponto de ser quase um assalto. Dizem que eles não fazem nada, é só pressão, mas quem vai pagar para ver?

De qualquer forma, Salvador é tudo. E eu nem gosto de axé. É tudo de bom porque é só olhar em volta para nos depararmos com a nossa história, porque realmente as pessoas jogam capoeira nas ruas, porque tem o Olodum, porque existe um elevador bem no meio da cidade, porque lá tem azeite de dendê, acarajé, abará, caruru e moqueca e principalmente porque lá tem baianos.


Os baianos são simples e simpáticos. Realmente eles estão em outra rotação, eles não são lentos, mas cuca fresca, não se estressam à toa. E um simples e verídico caso pode facilmente ilustrar: De férias, saindo da praia enrolada na canga, bate um vento que levanta a canga, e deixa a mostra o biquíni, na mesma hora a mão vai para impedi-la de levantar e para esconder o biquíni, como se ele não estivesse ficado amostra o tempo todo em que estava na areia. Nisso passa um baiano e sussurra ao ouvido: Oxe menina, deixa o vento entrar.

E todos os dias das minhas férias, quando me vinha um pensamento que pudesse me gerar algum conflito ou estresse, eu parava, respirava e pensava: Oxe Monique, deixa o vento entrar.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Patrick


Quando eu tinha uns 14 anos, cismei que meu quarto tinha que ser rosa. Pedi ao meu pai de aniversário ter todas as paredes do quarto pintadas de rosa. Não um rosa qualquer, mas rosa choque (hoje rosa pink). Meu pai não se meteu, mas ao ver a cor que eu tinha escolhido, ficou escandalizado. Desejo realizado.

Minha mãe, por sua vez, adorou a nova cor e me conhecendo com a palma da mão, me deu dois posters lindos e enormes. Um do Michael e outro do Patrick Swayze, o segundo ficava bem em frente à porta, era a primeira coisa que via ao entrar no quarto. Os dois nas paredes rosa se destacavam ainda mais.

Quinze anos depois, no mesmo ano, em menos de seis meses, eu perdi os dois, Michael e Patrick.

Os dois me conquistaram, a princípio, pela dança. Depois por tudo mais que eles eram.

Eu fui uma vítima de Dirty Dancing. Vi e revi centenas de vezes. Sonhei, dancei, cantei, amei, decorei as falas. Aquele homem me pegou de jeito, lindo e forte que dançava como ninguém e melhor: junto. A partir daí, Patrick podia fazer qualquer filme, ele podia fazer qualquer coisa: lutar, assaltar banco, dançar, ser médico, fantasma, travesti, qualquer coisa, que eu ia assistir. Como dizia meu irmão, se ele fizesse o filme “atravessei a rua e voltei” eu ia assistir, e ia mesmo.

Eu sei que ele tentou, lutou, e por isso estou tão triste. Não desistiu, mas, mesmo assim, não teve jeito.

O meu herói Patrick vai estar sempre comigo, nos meus sonhos, na minha memória, no meu coração.

Mais uma vez, estou de luto.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Coisas do Rio


Na rua Via Nove, no bairro do Recreio dos Bandeirantes no Rio, tem um canal. Neste canal vivem jacarés. Segundo especialistas, jacarés do papo amarelo.
Eles estão bem ali, numa área urbana, numa rua movimentada, no meio da cidade, uma dessas maravilhas que só acontecem no Rio de Janeiro.
São tantos e tão bonitos. Nos dão de presente um espetáculo quando estão na superfície, imóveis, dividindo com a gente um dia de sol.
Infelizmente, a única coisa que recebem em troca é um canal fedorento e negro, cheio de lixo e esgoto. Às vezes recebem pedradas e cutucadas de cidadãos mal educados tão comuns em nossa cidade.
Como eles sobrevivem no meio de tanta poluição, o que eles comem, como se reproduzem, nada disso eu sei. Só sei que não há como atravessar a ponte sobre o canal sem parar, nem que seja por apenas uns segundos, para procurá-los, admirá-los e agradecê-los pelo espetáculo.

sábado, 22 de agosto de 2009

Senado

Na televisão, num certo canal, passa um programa bem brasileiro. Uma espécie de teatro televisionado. Os atores, em momentos críticos são muitos, mas na maioria dos momentos que consideram pouco interessantes e corriqueiros são tão escassos que mais parecem se preparar para um monólogo, porém essas últimas semanas foram críticas, como fim de novela. O cenário estava cheio de atores se revezando ao microfone enlouquecidos, vibrantes, ora trocando elogios, ora trocando farpas. Ali, eles fazem história ou acabam com ela. Refiro-me ao maior palco de todos os tempos: o Senado.

Pela TV Senado o público acompanha a pouca vergonha. Cadê a censura que deixa essas tão indecentes cenas não só irem para o ar, mas acontecerem.

Um ator jogando na cara do outro todos os seus erros, roubos, delitos, ali abertamente, para todo o Brasil, seguros como atores em meio de novela bem aceita pela audiência, mas esses atores não se garantem na audiência, mas sim nas leis.

Eh, as leis. Leis que proporcionam imunidade e que os fazem ser julgados por um conselho de ética formado pelos próprios. Onde já se viu isso? Como o público pode aceitar isso?

E também se garantem num não menos importante fator, o medo. O medo de que toda a podridão venha à tona. É o rabo preso que os torna cúmplices e é a cumplicidade que os torna fortes, imbatíveis.

Nesse programa o que melhor acompanha não é a pipoca, mas a pizza.

Que é um espetáculo ninguém pode negar, um daqueles que não é digno de aplausos, mas de vaias, ovos e tomates (para ser educada).

Resta saber quando o público vai começar a vaiar.

domingo, 2 de agosto de 2009

Eu Sou da Vila

Era uma vez, um senhor, empreendedor, que viu um grande futuro nas terras de D. Amélia, segunda esposa de D. Pedro I. João Batista Viana Drummond, futuro Barão de Drummond, adquiriu as terras da Quinta dos Macacos, hoje Vila Isabel, após a promulgação da Lei do Ventre Livre (1871). Como era abolicionista, Drummond, deu nome ao bairro em homenagem a Princesa Isabel e, às ruas, nomes relacionados à causa, como por exemplo, Boulevard 28 de Setembro, data em que a Lei do Ventre Livre foi sancionada. O meio de transporte era o bonde puxado por animais, que ligava Vila ao centro e foi muito importante para o crescimento do bairro. Nessa época, em Vila Isabel, foi construído o primeiro Jardim Zoológico do Brasil que, dirigido pelo mesmo senhor, foi palco da criação do popular Jogo do Bicho.
Algumas décadas depois, quando meus avos eram jovens, o bairro não era mais freqüentado por nobres, os bondes eram elétricos, o leite vinha na porta e o padeiro também. A manteiga era comprada fresquinha, era só esperar ficar pronta. No Morro dos Macacos tinha gente pobre, mas não tinha bandidos. Podia-se andar pelas ruas do bairro de madrugada sem ouvir nada além de conversa fiada e risadas, quando época de carnaval, ou o silêncio de quem respeita o vizinho que está descansando. Eles tiveram a sorte de freqüentar os familiares bailes de carnaval e dançar até de madrugada as marchinhas da época na Associação Atlética Vila Isabel. Quando crianças, ouviram as músicas de Noel (1910-1937) fresquinhas no rádio, relatando o cotidiano do bairro. Viram as ruas ganharem as famosas partituras de MPB, como Cidade Maravilhosa e Abre Alas, em pedras portuguesas (1965).

Ouvindo-os cantar e contar estórias, sinto saudade de uma época que não vivi.

Eu sou nascida e criada no mesmo bairro, que fora imperial, nobre, abolicionista, bamba, mas hoje virou manchete do jornal por ser o número 1 em roubo de carros, por ser violento, por fazer muitas vítimas na guerra do tráfico. Tive a oportunidade de ouvir os apitos da antiga fábrica Confiança, mas hoje o que mais se ouve é o barulho perturbador dos tiroteios. Vi as pessoas perderem a rua que moravam para o tráfico e a violência, pois foi o que restou da Rua Senador Nabuco e redondezas e do Morro dos Macacos. Vi, pela manhã, meu avô me mostrar, ao invés do leite e do pão, balas de fuzil perdidas e caídas na porta da casa dele. Eles deixaram a região, antes que fosse impossível saírem intactos.

É uma pena!

Ainda assim, paro e admiro as coisas que mais gosto em Vila: a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, que tira o fôlego de tão bonita, a pequena Igreja de Santo Antonio no alto do morro, o Shopping Iguatemi, a antiga Fábrica Confiança, hoje um supermercado que, infelizmente, não mais toca os 3 apitos cantados por Noel. E intriga-me saber que estão em clausura as freiras do Convento de Nossa Senhora da Conceição da Ajuda, que da Praça Barão de Drummond, se vê apenas a grande e imponente fachada do casarão, mas de cima, vê-se que é ainda maior, enorme, e sempre com todas as janelas fechadas.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Ainda Michael

Eu tinha o sonho de conhecer Michael Jackson.

Isso é muito louco, mas eu queria ser amiga dele, pegar os recados que ele tinha para dar ao mundo e às pessoas, ajudá-lo a fazer o bem, ajudá-lo em seus problemas, dores, vícios. Ser uma pessoa que pudesse a ele fazer o bem, sem querer nada em troca.

De repente esse sonho, que existia mesmo sendo quase impossível (eu sei, eu sei), puff, acabou.

Até agora eu não consigo acreditar. Como ele pôde morrer assim tão de repente, tão novo, com tantos planos, com filhos pequenos? Como ele pôde deixar órfãos tantos fãs?

Eu vi o inapropriado show-enterro chorando muito, sem parar.
Acho que quem sofre, sofre em casa, sozinho, com a família e não num mega velório-tributo mundial. Tudo tem seu tempo e o tributo poderia ser feito mais para frente, sem caixão, quando realmente houvesse intenção de homenageá-lo e não para promover uma família desastrosa.

Confesso que ainda choro.

Por que agora todos os amigos aparecem na TV, em jornais, revistas, entrevistas, em blogs? Agora todos o defendem, o elogiam, o reverenciam. Agora ele é rei, é tímido, ingênuo, brincalhão, bom pai, bom filho, boa pessoa, respeitador, dócil, simpático, simples, gentil, incapaz de levantar a voz, causar tumulto, se aproveitar de alguém, cometer injustiça, levar vantagem ou comer alguma criancinha. Agora é tarde, muito tarde, tarde demais.

De repente, todos resolveram ir a público e desvendar o misterioso e simples Michael Jackson, que usava luvas, chapéus, sombrinhas e máscaras, única e simplesmente para se proteger e esconder partes do corpo que ele próprio considerava imperfeitas. Simples assim.

Onde estavam essas pessoas alguns anos atrás? Cadê toda essa gente todas as vezes que ele precisou? Nunca divulgaram nada sobre as doações que ele fazia, sobre as pessoas que ele ajudava, sobre vitiligo, sobre a queimadura no couro cabeludo, sobre a infecção no nariz causada pela plástica, sobre as coisas boas.

É uma pena.

Acredito que a dor que ele sentia e tentava combater com analgésicos não era física, era na alma. Espero que todos possam, finalmente, o deixar em paz. Espero ainda, que agora, sua alma não doa mais.

Rest in PEACE

sábado, 4 de julho de 2009

Jacko

Eu devia ser muito pequena, e a primeira lembrança que eu tenho dele, foi coisa do Fantástico. Depois do clip de Thriller, que já era assustador para uma criança, michael jacksonele ia para o camarim, sentava de costas em uma cadeira, virava, olhava para a câmera, a imagem congelava, seus olhos mudavam de cor e, de repente, o som daquela risada sinistra. Eu tremi de medo! Fiquei um tempo sem querer saber do tal do Michael Jackson. Tempo perdido.

Fui crescendo. Comecei a gostar de dança e foi quando eu me apaixonei.

Eu tenho quase todos os CDs do Michael, algumas fitas em VHS com videoclips, shows gravados, DVDs de shows... Sou fã de carterinha, arrisco fazer o Moonwalk e tento aprender a coreografia de Thriller. Nem tenho como expressar tamanha admiração.

Agora, Deus pediu para Sininho jogar seu pozinho de pirlimpimpim e, como Peter Pan, fazer ele voar para outro mundo. Aqui no nosso ele foi o único ser humano que pôde voar. Uma pessoa assim, que rompeu barreiras, preconceitos, só fez o bem, se doou, fez rir, fez pasmar e fez feliz uma multidão, tem que estar mesmo ao lado de Deus. Lá, deve estar finalmente andando na Lua. E eu, sinceramente, espero que ele estaja se divertindo, livre de todos os olhares. Que ele esteja sorrindo, rindo, gargalhando.

Podem falar o que quiserem dele, eu não acredito.

As pessoas devem parar de jugar o que não sabem, o que não podem, e bater palmas, hoje e sempre, para aquele que foi criança com alma de homem e adulto com alma de criança, ele foi o nosso Benjamin Buton.

Eu o vejo como uma pessoa que, com todas as condições desfavoráveis, (um pai agressivo, nojento, hostil - estou tentando ser educada; pobreza, preconceito, infância interrompida, polêmica, fofocas, especulações, solidão, dor, doença), conseguiu ser o melhor, conseguiu conquistar o mundo e ao contrário do que a vida lhe deu, conseguiu dar somente bondade, gentileza, generosidade, conseguiu ser o BEM.

E mesmo com a vida tão polêmica, vendeu TODOS os ingressos para 50 shows somente na Inglaterra em 10 minutos. Não há o que discutir:

MICHAEL JACKSON era ENORME

Tenho chorado, me emocionado e confesso que ainda está difícil de acreditar. Ele era meu ídolo, meu astro, um exemplo, um rei.

I Can’t Stop Loving You. E como dizia uma placa deixada em Neverland I'll Always Rock With You.

"You know that love survives then we can rock forever"

Estou de luto.

domingo, 14 de junho de 2009

As Meninas do Ibeu

amizade
- Gente, vou sair com as meninas do Ibeu hoje.

É isso que eu digo quando vou sair com umas amigas que conheci há 11 anos numa sala de aula do Ibeu, num curso intensivo. Tínhamos aulas de segunda a quinta-feira, duas horas por dia e já naquela época parecia não ser suficiente. Não para o inglês, mas para a vontade que tínhamos de estar juntas.
Nós éramos 6, agora somos 5, pois uma debandou.

As meninas do Ibeu são, na verdade, sisters, hermanas, family...

Hoje, somos todas mulheres, cada uma de um jeito, bem diferente umas das outras, mas com algumas coisas em comum: amizade, sintonia (como diria a Paulinha), bom humor, algumas maluquices e uma leve inclinação para pagar micos (menos a Vivian-Pet).

As diferenças? Bom...

Then, é uma fofura de ingenuidade. É pura de sentimento, acredita nas pessoas, é estudiosa, um crânio e gosta de filmes de ficção científica e fantasia, ou seja, é fã incondicional de Star Wars e Senhor dos Anéis.

Vivian Pet é séria, não paga mico (pelo menos não intencionalmente), acha tudo meio infantil, mas está sempre junto e se diverte. Alguém tem que ser sensata.

Paulinha é a super star, linda, malhada, cabelos dourados sempre impecáveis, acredita em energia, sintonia, é alto astral, fala o que pensa e faz o que tem vontade. Gosta de homens rústicos e éticos.

Anninha é light, bicho grilo. É astróloga nas horas vagas (apesar de até hoje nossos mapas não terem saído de hora, data e local de nascimento). Como eu, gosta de São Jorge. É engraçada, espirituosa, transforma tudo em uma boa estória, em piada. Já se hospedou duas vezes num convento em NY. O que pode se esperar de uma pessoa dessa?

Gaynor, a que debandou, canta nas horas vagas, fala alto, é over, veste roupas coloridas, gesticula, mas há tempos que não aparece.

A última sou eu, mais conhecida como Ghost. Bom, eu não sei exatamente como sou, mas sei que sou debochada e engraçada, divertida. Além de bonita, alta, inteligente, ghostosa, charmosa, cheirosa, e modesta, claro :) Quando estou com elas faço qualquer coisa, pago mico, falo alto, rodo palito no nariz, canto, danço (inclusive dança do ventre), visto fantasias, ando de patins de gelo mesmo sem saber, faço perguntas imbecis a estranhos... Topo tudo para dar boas gargalhadas.
Uma coisa é certa, estamos sempre nos encontrando e por mais tempo que passamos juntas, nunca é suficiente, sempre vou embora com saudade.

Girls, we will survive!

domingo, 31 de maio de 2009

Detran

Chegou a hora de fazer a vistoria anual no meu carro.
No meu carro, na verdade , a vistoria acontece a cada três anos pelo fato da dona ser um misto de avoada e rebelde.

De qualquer forma, esse ano é o ano da vistoria. O novo prefeito resolveu dar choques de moral. Na verdade choques imorais ou melhor, amorais. Os choques só prestaram até agora para arrecadar mais dinheiro para o governo, e só para ele.

Troquei as rodas que estavam ficando carecas, troquei o extintor que estava quase vencendo, verifiquei as luzes todas, tudo OK.

Depois daquela conhecida espera nas filas, o menino que me atendeu implicou com as minhas placas, disse que elas estão apagando. Tentei argumentar dizendo que levo tantas multas dos pardais que estou quase perdendo a carteira e que, se as multas chegam na minha casa é que as placas estão legíveis. Não teve jeito, caí em exigência.

Eu tenho raiva do detran por todo o dinheiro que ele sulga da gente pra nada.

Em dois anos, tive três vezes meus pneus furados pelos buracos e crateras das ruas do Rio de Janeiro e duas rodas empenadas. Ainda tive o step roubado, junto a outras coisas pessoais. E o menino da vistoria tem a cara-de-pau de implicar com as minhas placas!

Eu sou uma boa cidadã, reconheço os meus deveres, só estou cansada de ter apenas deveres e sequer um, apenas um, direito.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Jovem Senhora

Sou Velha, sempre fui. Hoje com 29 anos chego a essa conclusão.
Algumas pessoas me acham madura, que nada, sou velha mesmo.
A única coisa que eu consegui com meu temperamento senil foi acharem que eu estava fazendo 30 anos no meu aniversário de 24!

Quando eu tinha 19 até me orgulhava um pouco quando alguém dizia que eu era madura, hoje vejo como eu era infantil. Quem quer ser madura com 19? Dezenove anos é para ser adolescente, fazer besteira, ir para night (como era chamada a “balada” naquela época), encher a cara, beijar 13 caras na mesma noite... Mas eu não. Eu não bebo, não fumo, nunca fumei, nem um baseadinho se quer :), nunca beijei nem 2 na mesma noite.

Com 19 anos eu namorava um menino sério, 1 ano mais velho. Nós íamos para restaurantes caros, íamos ao cinema e ao teatro, ou seja, parecíamos um casal de coroas que se descobriu num casamento falido depois que os filhos saíram de casa. Terminamos sem brigas nem mágoas, afinal nós éramos jovens amadurecidos e civilizados, ou seja, dois velhos de 20 anos.
Desculpem a palavra, mas: porra, um jovem só deve ser amadurecido e civilizado aos 40, aos 20 deve ser infantil e barulhento.

Tarde demais. ;)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Duas Índias: a Luz e a Escuridão

tigre branco livro Acabei de ler Tigre Branco de Aravind Adiga. Li não, devorei. O romance de estréia do autor indiano é surpreendente e realista. É uma crítica tão bem empregada a sociedade indiana, que somente um indiano, que teve a oportunidade de sair da Índia para enxergá-la melhor, poderia ter escrito.
Eu chego a conclusão que a Índia é mais Brasil, ou seja, como todo país pobre, é corrupto, com um governo explorador, que usa da cultura e da pobreza e incentiva o analfabetismo e a ignorância para guiar o povo pela escravidão.
Vocês pensam que eles vão deixar 1bilhão de pessoas estudar, saber distinguir o que, realmente, é bom para o país, diferenciar as promessas possíveis das falsas promessas e se revoltar. Ha!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Coisas de Velho

Falando Sozinha
Desde que eu me entendo por gente eu falo sozinha. Falo mesmo. Não é só aquele lance de estar cheia de coisas na cabeça e pensar alto não, isso também, mas eu falo sobre tudo.
Faço altas terapias. Vou falando tudo que eu penso sobre diversas situações, às vezes fantasio, às vezes volto uma cena em que eu acho que deveria ter falado algo que não falei, resmungo, dou risada, lembro, projeto, tudo isso em voz alta, falando sem parar. Às vezes, até gesticulo!!!
Quem me vê dentro do carro indo pro trabalho deve dar boas risadas. Uma louca falando e gesticulando sozinha. Quando eu percebo que estão me observando finjo que estou cantando, dou umas batidinhas no volante, danço e tudo mais.
Meu irmão sempre que se aproxima do meu quarto acha que eu estou ao telefone, quando finalmente entra, eu acabo me assustando e ele constatando: É doida mesmo.

Barriga
Em toda roda de mulheres quando o assunto finalmente chega as gordurinhas, não é raro eu escutar: “Eu NUNCA tive barriga, mas de uns dois anos pra cá olha só” e é sempre uma mulher nos seus 50 e poucos com uma super mega barriga, querendo convencer a todas que aquilo apareceu em dois anos. Impossível. As pessoas têm como NUNCA a fase da adolescência e dos 20 e poucos, o resto elas esquecem. Às vezes a culpa é da menopausa, outras, dos filhos.
Bom, eu já digo logo que eu tenho barriga, sempre tive, até na adolescência em que eu era atleta e treinava todo dia. Meus filhos não levarão a culpa, nem meus hormônios.
Ela existe, eu não nego, hora está menor, hora está grande o suficiente para acharem que eu estou grávida (já aconteceu 2 vezes!)
Ela representa toda gordura que eu como, que não é pouca, e meus desvios posturais, que eu prometo que vou tratar.
Quando ela está comportada nós convivemos muito bem, quando ela está exagerada eu seguro a boca um pouquinho e logo ela está no ponto de novo, ou seja, mais ou menos 2 meses de gestação e não mais do que isso.

Memória
Quem me conhece sabe, eu não tenho memória.
Canso de alugar filme sem ter a mínima idéia que já assisti. No meio do filme eu acho que já o vi, mas não há santo que me faça lembrar o final.
O mesmo acontece com os livros, acabei de ler e já não lembro muito bem do início.
Quando tenho que me lembrar de alguma coisa importante, distribuo bilhetes pela casa, colo nas paredes, nas portas, inclusive na da geladeira, enfim decoro a casa com pedaços de papel.
Não lembro datas de aniversário, nem de namoro, não lembro de pagar o cara que lava meu carro, não lembro de escrever o compromisso na agenda, quando o faço, não lembro de ler, e às vezes nem lembro onde está a agenda.
Enfim, a minha memória, na verdade, é uma vaga lembrança.

Pelo menos, quando eu chegar na terceira idade, uma fase que deve ter mudanças suficientes, não vou ser pega por essas três novidades: a presença da barriga, a ausência da memória e o resmungar, pois esses itens já, há muito tempo, fazem parte da minha vida.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Páscoa

Devo confessar que eu não sou uma pessoa tão religiosa.
Quase não vou a missas, comungo uma vez ou outra, não vejo a igreja como uma salvação, porém rezo, às vezes acendo velas, sou devota de alguns santos e de vez em quando até faço promessas. Da onde se conclui que eu sou Brasileira.
Eu acho que o melhor da Páscoa é reunir as pessoas, rir, brincar, ter boa comida a mesa e muita harmonia. A casa fica cheia, cheia de gente que fica pra dormir, então é colchão no chão para todo lado e nada de cerimônia, o que me faz lembrar a casa de Marica.
A minha Páscoa vai ser assim, simples, agitada, engraçada, farta, feliz.
Desejo a todos FELIZ PÁSCOA.

PS: Só não vou poder comer chocolate, pois fiz uma promessa!

terça-feira, 24 de março de 2009

Step x Fraldas

A coisa de um mês, arrombaram meu carro.

Levaram meu relógio de corrida dado por um amigo, um casaco que eu tinha há 14 anos, que comprei em uma viagem, no metro de uma cidade que ainda não tive a oportunidade de voltar, um pacote de fraldas que comprei para o chá de fraldas de uma amiga e meu step.
Para invadir meu carro, eles empenaram a porta do carona, entraram de sapatos, pisaram nos bancos e jogaram todos os meus CDs e papeis pelo carro.
Ah e olha que sorte, deixaram meu rádio! Já tive o rádio roubado três vezes. A sensação de terem invadido um espaço que é seu é péssima, mas sendo a quarta vez, já estou meio que acostumada. Os invasores estão me prestando o favor do trabalho espiritual do desapego. Só não posso dizer que essa evolução espiritual vem de graça, pois tive que comprar um novo step.
Desta vez, ao invés do rádio, eles preferiram as fraldas. Pelo menos vai ter criança mais sequinha por aí.

Nos dias de hoje, devo dizer que tive sorte de não estar no carro, nem ter visto. Afinal no Brasil, sempre usamos o ditado “Vão-se os anéis ficam-se os dedos”.

O mais engraçado disso tudo é que quando fui comprar um novo step o vendedor da loja de pneus tentou adivinhar o que tinha ocorrido dizendo que roubaram meu step fazendo um buraquinho na mala que facilita sua abertura. Eu disse não, eles empenaram a porta. O vendedor me levou pra ver o buraquinho na mala do carro, ou seja, ao que tudo indica, já tinham roubado meu step antes pela mala e eu nem tinha percebido. O que faz o segundo ladrão ter perdido tempo e energia para roubar um casaco velho e um relógio de dez “real” comprado no camelodromo, que tinham valor sentimental, não material. Ah, e é claro, um pacote de fraldas duplo!

Depois disso:
- Eu abortei a missão das fraldas, afinal nem consegui ir ao chá de fraldas, vou optar por outro presente já que a menina já até nasceu;
- Arrumei uma vaga para não mais ter que parar o carro na rua;
- Andei pensando que talvez devesse voltar a tal cidade. Quem sabe eles ainda vendem casacos no metro?

domingo, 15 de março de 2009

Inversão de Valores

Impressiona-me a forma como as coisas estão se encaminhando hoje em dia.
As pessoas estão querendo ser muito modernas demais e os bons costumes estão virando raridade, comuns apenas nos mais velhos, nos mais velhos mesmo.
Não quero ser hipócrita e nem retrograda, mas parece que esta ocorrendo, pelo menos no Rio, um movimento em prol de tudo que no passado seria considerado lixo.
Tudo começou com governantes populistas, aqueles que tornam a população cada vez mais pobre e ignorante para ficar cada vez mais fácil o enriquecimento próprio.

Na música, talvez nos tenha ficado evidente o empobrecimento cultural quando o funk e as músicas de bundinha dos anos 90 ganharam importância além do normal. Não entendo como o país da Bossa Nova pode deixar isso acontecer, quando na ocasião deveríamos protestar e não aderir a essa nova e podre cultura.
Uso o funk como uma ferramenta para correlacionar o declínio social que vivemos. As músicas falam do sexo da pior forma possível, de violência e drogas, não criticando, mas exaltando e banalizando. Sem contar o português, às vezes me pergunto, isso é português? Daí vem minha indignação: Como todo esse lixo pode fazer sucesso? Nós deveríamos dizer não a essa realidade, tentar fazer com que ela desapareça, se rebelar, criticar, protestar contra o declínio dos nossos cidadãos e da nossa cultura.
Como pode um compositor, que atinge o público jovem escrever talvez mais de 10 músicas sobre ‘como fumar maconha é legal’, e ainda ganhar prêmios de música brasileira? E apesar dele mesmo ter se indignado por ter ganho um premio na categoria MPB e não hip hop, infelizmente não há como negar que ele é popular.

Como pode ir um programa ao ar exaltando ‘como é legal viver na periferia’, quando não deveria existir uma periferia, pelo menos não do jeito que é. Veja bem, não critico as pessoas que moram na periferia e sim a realidade a que são submetidas.

Os cantores deveriam dizer não as drogas e a violência que elas trazem, os programas de TV deveriam mostrar como é precária a vida na periferia, como aquelas pessoas carecem de saneamento, emprego, moradia, hospitais, escolas, etc, para que a realidade sempre venha à tona e não um faz de conta. Falta tudo, as pessoas são pobres, mas é legal. Hey, governante, você não faz nada, rouba o dinheiro do povo e os deixa naquelas condições, mas a favela e a periferia são legais. É legal ver uma menina de 10 anos seminua dançando funk até o chão?

NÃO. Legal é ter o que comer, legal é uma menina de 10 anos ser ingênua e ter vergonha de mostrar seu corpo, como deve agir uma menina de 10 anos e ir para o colégio, ler livros infantis e ter filhos na idade certa, com a pessoa que ela escolher, por razões certas.
A periferia é legal porque quem faz esses programas mora no Leblon e em Ipanema, em seus apartamentos de luxo. Se é tão legal porque eles não vão morar lá?

Numa cidade com realidades tão díspares, as pessoas que deviam lutar para tentar mudar isso, pois são influentes, parecem ser coniventes e parecem ajudar na nossa queda social

Como nossos governantes conseguiram fazer tanta cagada ao longo dos anos e como essa cagada cresce galopante a cada segundo e ninguém faz nada para mudar?

Quando as pessoas vão acordar e dizer NÃO ao declínio social e cultural e quando vão deixar de ser coniventes com ele?

domingo, 8 de março de 2009

Mulher


Mulheres são seres lindos, gigantes, que tem a capacidade de gerar, alimentar, amar.
Batalhamos o dia todo, no trabalho, na casa, com a família, e ainda assim vestimos um lindo sorriso no fim do dia.
Conseguimos pensar em deveres, obrigações e cuidados, nos nossos e ainda nos dos outros: marido, pais e filhos e não importa quantos sejam.
Conseguimos tempo para acabar um projeto, limpar a casa, falar ao telefone, fazer a unha, cuidar do cachorro, chegar na hora... Nem que tenhamos que fazer duas ou mais coisas ao mesmo tempo, pois temos essa capacidade.
Pensamos em 3 milhões de coisas ao mesmo tempo e ainda guardamos tempo para pensar em nossos sonhos.
Cabemos em sapatos de bico fino, nos equilibramos em grandes saltos, colocamos meia fina sem puxar fio, nos maquilamos, conseguimos deixar nossas unhas secarem sem borrar, mesmo quando temos que mexer na bolsa, pegar filho no colo, comer, dirigir ou pegar o ônibus.


Mulheres são heroínas, são Deusas, são magas, feiticeiras, somos acima de tudo, na grandiosidade da palavra, MULHERES.

Apesar de todo o trabalho extra, me orgulho de ser mulher.

À todas, um FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Que tenhamos sempre persistênsia em nossos ideais.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Carnaval

Quando eu era criança, como já escrevi uma vez, passava as férias na casa de Marica. Para lá ia a família da minha mãe e a do meu pai. Era muita gente. No Carnaval tinha gente torcendo pra tudo quanto era escola, era uma competição só. Era engraçado.
Eu devia ter uns cinco anos, eles diziam samba, Monique, samba. Eu batia os pezinhos no chão e todos riam, se divertiam e diziam: essa menina vai dar trabalho!
Desde daquela época eu gosto de carnaval, de samba e dos desfiles na Sapucaí.
Muitos anos depois, acho que em 1999, o Mc Donalds fez 20 anos de Brasil e deu aos clientes um CD com os sambas campeões desde 1979. Eu coloquei o CD e espantosamente quando chegou no samba campeão de 1986, eu o sabia todinho de cor. Em 86 eu tinha 6 anos!!! Isso me impressionou, a partir da 8 faixa do CD, eu conhecia todos os sambas! Percebi que desde de sempre eu gosto do carnaval do Rio de Janeiro.
Mais velha, em 1997 eu saí no Salgueiro. Foi muito bom, foi no susto, consegui a fantasia algumas horas antes do desfile, foi uma correria só e no final deu tudo certo e foi lindo. Alguns anos depois também em cima da hora, fui assistir ao desfile, fui para o Sambódromo sem ingresso e só consegui comprar na arquibancada da dispersão, aquela que fica recuada e que quase não da pra ver nada. Descobri que assim que a escola passa pela linha de fundo, onde oficialmente acaba o desfile, os participantes (comissão de frente, mestre sala e porta bandeira, bateria...), que sabem que quem fica ali quase não vê nada, fazem uma pequena apresentação exclusiva para esse setor, prestigiando quem os foi prestigiar. Esse deveria ser sempre o espírito do carnaval. Mesmo na correria, no último setor da Sapucaí, eu me diverti muito e vi porque o nosso carnaval encanta tanto quem vem de fora.
Sei que já está acabando, mas bom carnaval a todos.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Política

No dicionário: Ciência dos fenômenos relativos ao estado. Arte de bem governar os povos. Habilidade no trato das relações humanas.

O que se vê hoje em dia: Falta de qualquer tipo de ciência ou falta de ciência de qualquer assunto, desastre por mal governar os povos, inabilidade relacionada a qualquer assunto principalmente os que dizem respeito às relações humanas.

Desta vez não estou apenas criticando o Brasil, o mal é geral.

Israel e Hamas em guerra. Quem lê diz: conta uma novidade. Pois é, de novo, o resultado é gente inocente morrendo. Muita gente inocente morrendo. E os novos alvos são as bases da ONU que estão sendo atacadas impiedosamente. Acho que isso não se enquadra em arte de governar povos.

Ucrânia não repassa o gás para Europa, resultado, gente morrendo de frio. Talvez eles pensem: vamos matar todo mundo porque sem humanos conseguiremos ter as tais habilidades no trato das relações humanas.

No Brasil, os congressistas se reúnem no recesso para aprovar mais mordomias aos congressistas. Isso aí, mais mordomias. Eu também achei que fosse impossível, mas não é. É a ciência dos fenômenos relativos a quem trabalha para o estado.
Onde já se viu na maior empresa que pode existir num país, ou seja, ele mesmo, os funcionários diretos votarem nas próprias mordomias?

E a construção da Cidade da Música, que eu me contive em falar até agora? Como na Grécia antiga e até hoje, dê diversão ao povo, que ele esquece o resto. Enquanto isso morre gente, e não é pouca não, nos hospitais públicos como todos sabem por falta de recurso.

Claro que também não poderia deixar de falar no aumento de 7.000 no número de vereadores. Como diz uma amiga a pergunta para todas as ações da nossa vida não deve ser porque, mas para que. Nesse caso o porque nós já sabemos, agora o para que é que está difícil. Alguém pode me dizer o que um vereador faz além de ser mais um gasto?

Nosso governo ao que tudo indica, mesmo com protestos do governo italiano e vítimas, dará abrigo político ao criminoso, memso benefício negado aos atletas cubanos.


CUIDADO COM O SOCIALISMO E COM A DITADURA. Olhem ao redor: Fidel Castro, Evo Morales, Hugo Chavez...

“Pensando na crise econômica” está rolando uma lei que incentivaria as pessoas que mandaram dinheiro ilegal para fora do país, trazê-lo de volta, sem que seja necessário informar sua origem. Como diz um personagem da Arlete Sales, "prefiro não comentar".

O mais importante a saber sobre política é que: O que realmente importa na política são os políticos que se importam com eles mesmos.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

FELIZ 2009

Voltei de Itaipuaçu dia 04 às 23hs, tarde para aproveitar todos os minutos possíveis das férias. Férias que foram maravilhosas.

Sapato, só levei havaianas. Brincos, anéis, perfume, despertador, secador... nem pensar. Liberdade total. Se o cabelo estava duro, torto, em pé, não me importava, a única obrigação com eles era lavar, que por hábito faço todos os dias, mas nenhum vestígio de preocupação quanto a forma que eles tomariam. Quando secavam muito revoltos o máximo que eu fazia era prender.

Como no ano passado meus passa-tempos prediletos eram ler na rede, jogar buraco e fazer palavras-cruzadas, tudo bem relax.

Esse ano uma amiga levou um dominó, eu nem me lembrava da última vez que joguei dominó, então nos reunimos e descobri que meu avô é fera em dominó, jogava meticulosamente, fazendo cálculos e cheio de estratégias, por outro lado a minha avó, com seu jeitinho de moleca, jogava displicentemente contando somente com a sorte e nada mais e por incrível que pareça também arrancou algumas tantas vitórias.

As cachorras se esbaldaram, brincaram com bola, correram e comeram capim. Laila, a única que ainda é bebe, pulou na piscina, cavou, roubou várias havaianas e a cena também, todos de olho nela.
No ano novo a família de nossa amiga, que é grande como a nossa foi também para a casa, então o que estava bom ficou ainda melhor.

A hora da virada, como minha família é supersticiosa, é tida como um momento mágico. Todos juntos, com a roupa da cor certa, pensamento positivo, alegria, uns descalços, outros com sapatos dourados ou prateados, outros de havaianas coloridas, enfim a energia certa, alto astral para que 2009 seja mais um ano feliz.

Muitas coisas boas nesse fim de ano aconteceram graças a essa amiga da família, que nos deu a grande lição do ano, um dia nós ajudamos, outro somos ajudados, por tanto aprendi que devemos ajudar de coração aberto, sem críticas, sem julgamentos, sem pesares. E que não há nada como o dia seguinte.

Bom, fim de férias e em relação às promessas, concordando com um amigo que disse: “Eu prometo que ano que em 2009 vou cortar o cabelo”, eu também fico sem muitas promessas mas sempre procurando por muitos risos.

UM FELIZ 2009 A TODOS
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