domingo, 30 de junho de 2013

Entendendo a Crise no Brasil


Em 1995 Fernando Henrique Cardoso (FHC) assumiu a presidência do País. Seu desafio era principalmente estabilizar a economia dando continuidade ao Plano Real, organizado por ele então Ministro da Fazenda e iniciado um ano antes no governo de Itamar Franco.

Além de ter tido sucesso na consolidação da nova moeda, o presidente promoveu uma série de boas medidas economicas como abrir o país a empresas estrangeiras e iniciar um processo de privatizações em vários setores como o de telecomunicações, mineração, financeiro... Muita gente, principalmente comunista, acha que privatizar é ruim, mas em país de terceiro mundo, corrupto, ela deve ser incentivada porque empresas estatais não podem dar lucro se são administradas por políticos. Elas viram cabides de emprego, ficam inchadas, as verbas são facilmente desviadas, normalmente os líderes não são eleitos por competência e sim por influencia. Quando privatizadas essas empresas passam a dar lucro ao estado em forma de impostos, mas nessa época existia no Brasil uma coisa chamada oposição. Basicamente feita pelo Partido Trabalhista (PT) e como todo partido de esquerda, o PT é populista, levanta oportunamente e erroneamente a bandeira dos pobres, coloca uma classe contra a outra. FHC, então, ganhou fama de presidente dos ricos, dos banqueiros, dos empresários... O povo queria mais, queria um governo mais igualitário e foi às urnas votar expressivamente no candidato de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva.

Realmente a entrada do Lula em 2003 foi um manifesto popular, pessoas que nunca tinham votado nele depositaram confiança, colocaram o símbolo do partido em seus carros e janelas, bandeirinhas com a estrelinha vermelha eram vistas com frequência nas ruas e a insuportável musiquinha da campanha “Lula lá“ estava em todos os lugares.

Sem fugir a regra, o governo esquerdista, populista, oportunista, liderado pelo carismático presidente da República, dividiu mais ainda as classes dando esmolas ao invés de resolver problemas, nivelando por baixo, deixando a população cada vez mais bitolada para facilitar sucessivas reeleições e a roubalheira desenfreada. Ele fez tudo que dizia ser contra.

Eu, com orgulho, digo que nunca votei PT para nenhuma estancia e sabia que a entrada do partido traria um retrocesso absurdo ao país.

Lula é um dos políticos mais importantes da nossa história. Quando digo importante me refiro ao fato de ter sido um dos que mais causou impacto no país, impacto negativo que aniquilou o progresso e os danos continuam e vão ser sentidos por muito mais do que seus oito anos no governo.
Entre os golpes de mestre na tentativa bem sucedida de ganhar o povo ele transformou o Bolsa Escola em Bolsa Família, uma medida que distribui uma quantia em dinheiro por filho para as famílias menos favorecidas incentivando assim a natalidade e ganhando cada vez mais futuros eleitores. Com o aumento desta parcela da população houve a necessidade de melhorias nas áreas de saúde, educação, saneamento e transporte, mas isso não aconteceu, pelo contrário os valores gastos nestas áreas foram menores que os estabelecidos gerando um colapso. Além disso, pessoas demais com educação, condições de moradia e emprego de menos geram um aumento expressivo da violência.

Enquanto isso, o governo deu outro golpe de mestre que foi acabar com a oposição. Como? Todo mundo tem seu preço, certo? Os políticos, incluindo os partidos opositores, também ganharam seus “bolsas família”, seus quinhões, daí surgiram os mensaleiros, por exemplo. Para satisfazer a todos, cargos foram criados, ministérios, secretarias, a máquina pública foi inchando. Para dar conta de todos os salários, benefícios, dinheiro extraoficial, mesadas, superfaturamentos, propinas e afins, os impostos foram aumentando.

Lula é carismático a ponto de ter sido reeleito um ano após o escândalo do mensalão. Os absurdos continuaram, os excessos foram se multiplicando por mais 4 anos. O poder ex-presidente sobre o povo era tanto que sua sucessora foi eleita sem dificuldade.

Aí veio a Dilma. Começou bem, mas meteu os pés pelas mãos no exagero, foi tomando medidas cada vez mais absurdas, mais irritantes, mais sem vergonhas. Só que ela é carisma zero e a máscara do PT foi caindo.

Para coroar o deboche em cima do povo e o enriquecimento da classe política vieram a Copa e as Olímpiadas. Não existe nada melhor para superfaturar do que obras, principalmente aquelas que, além de promover enriquecimento rápido e exponencial, estão justificadas no fato de dar ao povo o que ele mais gosta, futebol. Melhor impossível.

O grande problema é que eles extrapolaram muito. Começaram a chamar o povo de idiota todos os dias.

Em minha opinião a virada se deu por vários fatores tais como:
1-      A revolução dos países árabes, pobres, derrubando ditaduras, mostrando que é possível;
2-   Falta de capacidade da presidente de cativar o povo;
3-      O movimento moralista do então ministro e hoje presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, nos fazendo acreditar que se ele, “sozinho”, está colocando a cara a tapa, nós também podemos, nós também queremos essa mudança, nós temos que apoiá-lo;
4-      A entrada dos políticos acusados de desvio de dinheiro em altos cargos do governo mostrando que eles são tão confiantes que cagam baldes para as decisões da justiça e principalmente para a opinião pública;
5-      A tentativa do governo de diminuir o poder do Ministério Público e do Supremo para aumentar a impunidade com emendas na Constituição (PEC 37 e 33);
6-      A entrada catastrófica do Feliciano na Comissão de Direitos Humanos;
7-      Gastos abusivos com as obras da Copa;
8-      Inflação correndo solta;
9-      E finalmente, os 20 centavos a mais num sistema de transporte público ineficiente, sobrecarregado, que não atende as necessidades da população, mas serve apenas aos empresários e políticos que fecham com eles.

Agora, a bomba explodiu. As pessoas entenderam que é possível ir para as ruas. A política voltou a ser assunto diário. Esse movimento todo numa época em que o país cedia uma Copa internacional de futebol, sendo esta deixada em segundo plano como deve ser, é lindo demais.

Vamos que vamos BRASIL.

terça-feira, 25 de junho de 2013

A Certeza De Que o Governo Acha Que Somos Idiotas


Não me lembro de ler nenhum cartaz pedindo plebiscito e Constituinte, pelo contrário as pessoas estão querendo evitar emendas na Constituição. Reforma política não tem nada a ver com isso. O povo quer menos ministérios, deputados, secretarias; Quer enxugar a máquina pública, acabar com benefícios, reduzir salários, acabar com aposentadorias de quem “trabalha” apenas 4 ou 8 anos; Quer que eles enfiem o cartão corporativo lá no fundo e rodem; Quer ver Dirceu,  Delúbio, Genoíno, Renan Calheiros e companhia (ou melhor quadrilha) longe do governo, atrás das grades. De novo, a mesma máscara, a mesma tentativa de enganar. Além de passar a bola para o Congresso e para o judiciário, ela vai ganhando tempo. Sem contar com a solução bizarra de trazer médicos de fora para tapar buracos que não existem e deixar os que existem para gente cair. Eu cada vez tenho mais certeza que eles nos acham idiotas.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Mais Um Discurso Lamentável


Prefeito e governador do Rio e a presidente fizeram seus discursos. O que me chamou atenção foi o fato dos três enfatizarem o vandalismo, pois é, todos nós estamos nos perguntando porque a polícia demora tanto a chegar, a conter, a controlar os bandidos. Sabemos que quem comanda a polícia é o governo. Então por quê? Porque o nosso governo covarde só arrumou essa forma de intimidar a população. É lastimável que os próprios líderes da nação estejam destruindo o patrimônio público e privado, saqueando e destruindo as cidades e que esta seja a única resposta que tenham a nos dar.

“Polícia para quem precisa de polícia”, ou seja, vândalos e governantes (praticamente sinônimos).
 
Depois de uma semana de imensas manifestações contra todos os aspectos de nosso governo, Dilma foi para TV com aquele mesmo balancinho para um lado e outro, aquele mesmo olhar enviesado, aquela mesma cadência populista e hipócrita, aquela máscara ensaiada para falar com aquele povo idiota, o problema é que o povo não quer mais ser enganado. Será que ela vai entender que o momento requer seriedade, olhar direito, fala firme e principalmente soluções plausíveis e não aquelas pautas impossíveis. Aquele discurso ridículo que só me fez lembrar o Brizola, aquele fala, fala, fala e não diz nada. 

Tudo nesse governo é lamentável.

sábado, 22 de junho de 2013

Vibrando Com O Brasil


Pessoas chegando por todos os lados e de todos os jeitos: cantando, marchando, convocando; rostos guerreiros, apreensivos, amigáveis; olhos pacíficos, urgentes, determinados; nas bocas gritos, sorrisos, reivindicações; uns pintados, outros de cara limpa, outros escondendo a cara; gente de branco, de verde e amarelo, de luto; vestindo a bandeira, a decência, a dignidade; cada um do seu jeito mas todos em um só coração e dessa vez por motivos nobres. Nas ruas as tão conhecidas diversidade e criatividade brasileira unidas a mais nova amiga do povo, a força, fazem uma onda tão grandiosa que assusta, impulsiona, comove, arrepia, arranca lágrimas dos olhos e, pela primeira vez, enche a alma de esperança e orgulho. 

Viva o povo brasileiro.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Vaia para Dilma


Tem gente que acha que vaia em abertura de eventos mundiais é deselegante, desrespeitoso e até vergonhoso, eu acho que desrespeitoso é um país pobre gastar 1,2 bi para reformar um estádio de futebol, vergonhoso é ouvir a Sra. Dilma dizer na televisão que a inflação está sob controle, deselegante é um político ter a cara de pau de justificar o injustificável (coisa que eles acham que fazem bem, que cola). Desastroso é mudar as leis ambientais para pior. Desrespeitoso é o nosso país ter 39 ministérios, é um presidiário ganhar mais que um trabalhador, é não só levantarem a hipótese, como levar para votação uma PEC 37, vergonhosos são os nossos hospitais e escolas... A lista é grande e a paciência acabou.

A vaia é uma manifestação pacífica que mostra que existe sangue em nossas veias, que não somos idiotas, pelo menos não mais.

Os torcedores, além de todo bem que um protesto pode trazer, nos pouparam de um daqueles conhecidos discursos hipócritas e populistas da nossa chefA de Estado que me dão ânsia de vômito.

Na abertura da Copa das Confederações, com a seleção ganhando de 3 do Japão, quem brilhou mesmo foi a torcida.

Agora sim, orgulho de ser BRASILEIRA!
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