terça-feira, 22 de julho de 2008

Os Filhos de Maria

Hoje escutei uma estória louca. Maria, uma manicura, contou que ela tem um problema na gravidez que o útero não fecha e não segura a criança (útero arqueado), então tem que ser costurado até o final da gestação.
Na sua primeira gravidez, sua filha nasceu de sete meses e na segunda gestação de seis. Ela estava no interior da Bahia e o hospital não tinha UTI neonatal, nem incubadora, então ela por duas vezes ouviu o choro de suas filhas até elas morrerem, pois não tinham forças para comer nem respirar, não estavam prontas ainda, precisavam de ajuda, de recursos. Não existiam recursos para as filhas de Maria.
Seu terceiro filho nasceu com nove meses, pois desta vez alguém tomou as devidas providências e costurou o útero dela. O menino nasceu com icterícia, precisava de sol, ou da ajuda de uma luz artificial. Ela não foi informada e mais uma vez não havia recursos para o filho de Maria, que foi mandado com sua mãe para casa, chegou a ser amamentado e morreu.
Hoje com duas filhas que nasceram saudáveis, ela não esquece dos outros que apesar da luta não resistiram.
Em apenas uma hora ouvi a estória de Maria e a estória de três mortes, me espantei, chorei e me sensibilizei. Já estou careca de saber que essas coisas acontecem, mas quando a estória chega assim tão próxima e tão de repente, chega a arrepiar. Vem a indignação: Como pode, num país tão rico quanto o nosso, com um povo que paga altas taxas e arrecada bilhões, não haver recursos para os filhos de Maria?

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Crise em Família

crise dos 30
Recebi alguns e-mails, comentários e ligações de amigos preocupados com a minha crise, obrigada.

Um amigo definiu: crises são importantes para nosso crescimento. É quando a nossa cabeça não acha mais que o que nós temos é adequado, então nós entramos em crise até conseguir estruturar a nossa vida de forma adequada a nossa nova forma de pensar, as nossas novas necessidades, as necessidades de alguém que está amadurecendo. Gostei, comprei e compartilhei a definição.

Minha mãe também ficou preocupada, até porque na minha casa, se um está em crise, todos estão. Família unida, passa pelas crises e menopausas unida. Ela acredita que a vida começa aos 30, pois somos maduras para aproveitá-la. Lembrou-me que eu devo aproveitar enquanto não preciso me preocupar com as rugas. E o pior lembrou-se que daqui a 7 anos ela entrará na terceira idade. Agora vê se pode uma mulher que anda com jeans rasgado, top por baixo da blusa e All Star, entrar na terceira idade!!! E, diga-se de passagem, com muita elegância.
Depois que deixei a minha mãe em crise, venho pensando numa forma de consolá-la, mas a única coisa que me vem à cabeça é: “Mãe pelo menos você vai pagar meia!”

segunda-feira, 7 de julho de 2008

De Repente 30

crise dos 30
Daqui a um ano e meio estarei com 30, mas já estou em crise desde do início do ano quando completei 28.
A famosa crise dos 30 me pegou cedo demais.
Ainda não é a crise das rugas e da flacidez, apesar de eu já notar alguns vincos, e sinais de que a lei da gravidade realmente existe (feliz foi quem a descobriu vendo somente uma maçã cair), mas não, definitivamente não é a crise das rugas. Enfim, a crise dos 30 é mais de identidade, de objetivos. Acho que é a hora que a ficha cai e a pessoa entende que agora é sério, eu sou adulta e aí vem as dúvidas:
- Será que faço o que gosto? Depois de 10 anos estudando e me especializando, descobrir que não, seria devastador.
- Será que eu ganho o suficiente? Com certeza não! :)
- Será que eu aproveitei a juventude, digo a adolescência e a pós-adolescência, quando não tinha que pensar em nada, só em como me divertir. Será que eu me diverti?
- Será que eu usei tosas as mini-saias e roupas ousadas que eu podia?
- O que eu quero da vida?
- Como posso mudar o que não está bom?
Quanta coisa passa na nossa cabeça quando estamos a beira dos trinta.
Por enquanto ainda não quero casar, me sinto tão nova para esse negócio de casamento, mas não sou tão nova assim. É a mesma sensação da fase criança-adolescente, só que bem, muito bem mesmo, pior.
Eu sou quase uma balzaquiana!!!
Por falar nisso, em “A Mulher De Trinta Anos”, Balzac, fala do peso das mulheres na ocasião do casamento, "Casada, ela deixa de se pertencer, é a rainha e a escrava do lar". Olhando por este ângulo comemoro minha “solteirice”. Balzac ainda fala de como é belo o amadurecer, “A fisionomia da mulher só começa aos trinta anos. Ufa, bem animador! Viva Balzac.
De qualquer forma, me fica a crise e a pergunta (roubada de minha mãe): Para onde foram esses 28 anos?

domingo, 6 de julho de 2008

Blog

Eu achava que blog era coisa de crianças que cresceram com Internet e têm a doença congênita do “hightechismo” . Ver um menino de 10 anos usar seu computador, celular, iPod, pen drive, máquina fotográfica e afins com tanta facilidade e ter certeza de que ele sabe a diferença entre mp3 e mp4 e megabyte e gigabyte, me faz sentir velha.
Li ano passado uma notícia que dizia que uma senhora de noventa e poucos anos ganhou um blog do neto de aniversário e conquistou o premio 2007 de melhor blog em espanhol. Vi então que não é um problema de idade, é só querer e aprender, nada é difícil, basta eu me permitir.
A idade traz coisas como responsabilidades, problemas, rugas e reumatismos, mas a mente é livre para voar e pode ser criança, adulta ou velha, em qualquer idade. Só temos que ter o cuidado de não ficar para trás e não nos impor limites.
Minha amiga Denise me enviou por e-mail o endereço de seu Blog, me apaixonei!
Sempre gostei de escrever, então pensei, por que não fazer um blog? É um jeito de fazer o que gosto e compartilhar.
Sejam bem-vindos e participem.
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