domingo, 18 de abril de 2010

Delatora

Chuva, chuva e mais chuva.
Depois de São Paulo, o Rio debaixo d’água.
Realmente quando chove não há o que fazer, no entanto durante todo o resto dos dias, meses e anos, há muito trabalho a fazer, mas trabalho dá trabalho.

Além de todos os pontos clássicos de alagamento temos um novo, a Vila do Pan. Como se não bastasse, as obras para o pan terem sido caras, muito caras, caras além do necessário, elas acabaram em prédios de risco, ginásios abandonados e um bolsão de água gigante.

Bolsões d’água são ruins, mas os desabamentos são muito piores. A causa, o DESCASO.

Nesta semana, o que se viu foi flagras do descaso ocasionados pela chuva.
A chuva delatou o abandono não só na cidade, mas no estado do Rio.

Chover pode, afinal é da natureza. O que não pode é ter gente morando em encostas e lixões. Quanto carente deve ser uma população para existir pessoas morando em lixões? E elas ainda pagam impostos! Hei, não é na África não. É aqui, no Rio de Janeiro.

Estamos num buraco enorme. Há algum tempo já não dá mais para ver luz. As carências são tão primitivas, de base. E o que se faz agora é tapar o buraco e soterrar a gente cada vez mais dentro dele. Todas essas medidas emergenciais, agora necessárias, vão ser feitas e fim, mais nada. Fica tudo como está: pessoas nas favelas, pobres, analfabetos, obras superfaturadas e mal feitas, dinheiro jogado fora, Copa do Mundo, máfias do transporte público, tráfico de drogas, Olimpíadas, asfalto esburacado, violência, corrupção, praias sujas, esqueleto de cidade da música, baia da Guanabara poluída, greves irregulares em momentos inadequados, chuva, desabamento, medidas emergenciais de merd....

Não vejo trabalho sério, só vejo um bando lambão de políticos se aproveitando para fazer campanha com a desgraça dos outros.

Eu amo o Rio de Janeiro e é triste confessar que perdi a esperança.
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