quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Um Domingo no Mosteiro

A filhinha do primo Gustavo foi batizada no último domingo, quinze de agosto.
Eu estava ansiosa porque nunca tinha ido ao Mosteiro de São Bento.
Chegamos, eu e meu irmão, na hora marcada, mas em cima da hora. Fomos entrando afobados na igreja olhando direto para os bancos procurando nossos familiares. Ao encontrar os acentos vazios, nos preocupamos. Saímos e depois de alguns telefonemas descobrimos que estávamos adiantados, o batizado começaria em quarenta e cinco minutos.
Com calma voltei à igreja. Fiquei paralisada olhando em volta e me perguntando como todo aquele tesouro havia escapado aos meus olhos da primeira vez que entrei, minutos antes, apressada e com medo de ter perdido a cerimônia.
Sentei ainda pasma, rezei e de leve, chorei.
Saí.
Lá fora havia chegado um grupo de adolescentes em excursão. Eu vi que eles tinham um guia, morri de inveja. Meu irmão, no entanto, foi indo cada vez mais perto e quando viu que o guia era um monge, me chamou. Não podíamos perder aquela oportunidade e não perdemos.

Infiltrados na excursão ficamos maravilhados com os detalhes da igreja. Paredes, altares, capelas, enfim toda a estrutura interna é completamente revestida de madeira talhada e trabalhada em desenhos refinados de cor dourada, cor que significa eternidade. O lado de fora é simples, a fachada é sóbria, não deixando aos visitantes vaga idéia de toda a riqueza barroca do interior. Segundo “nosso” guia, além deste contraste expressar o barroco carioca que estava no auge na época, também enfatiza a importância da riqueza interna prevalecer sobre a externa, coisa que parecemos não lembrar mais.

Enfim nossos familiares chegaram e nos chamaram em meio à explicação do monge guia. Ignoramos o chamado e continuamos hipnotizados pela excursão e quando finalmente acordamos do transe, já tinha acabado o batizado.

Engraçado, começamos a tarde nos preocupando com a idéia de ter perdido o evento que nos levou ao mosteiro e terminamos perdendo a cerimônia felizes, sem culpa, nem remorso.

A pequena Amanda que nos perdoe e os pais dela também. Resta-nos agradecer ao primo Gustavo pela oportunidade e, claro, nos desculpar por nossa fraqueza.

Fica a dica.
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