domingo, 20 de novembro de 2011

UPP

No sábado (12/10) eu estava numa padaria em Vila Isabel e, enquanto esperava na fila do caixa, ia ouvindo a conversa a minha volta. O assunto era a tomada da Rocinha para implantação da UPP. As pessoas estavam ansiosas, inflamadas, confiantes. No Morro dos Macacos ali perto tem uma unidade dessas e os moradores do bairro estão satisfeitos com o resultado.

No entanto, apesar de ficar feliz por Vila Isabel, eu não entendo essa filosofia.

Não estamos combatendo o crime estamos apenas deslocando. O traficante sai daquele morro, vai para outro lugar, continua sendo bandido e espera uma brecha para voltar. Não foi preso, reabilitado, não estudou, não foi trabalhar, nada, continuou sendo o, nem bom nem velho, marginal de sempre, apenas mudou de lugar temporariamente.

Acabar com o tráfico seria difícil se houvesse um real interesse, mas sem isso é impossível. Quantos milhões são arrecadados com as drogas e como esse dinheiro é dividido? Milhões suficientes para serem divididos por todos os figurões necessários para que essa lucrativa fonte de renda nunca se acabe.

Enquanto isso a, não esclarecida, sofrida, esperançosa e ingênua, população vai se deixando enganar e UPPs vão sendo implantadas e enaltecidas, inclusive pela mídia, como promessas de paz.

Paz só se for para gringo ver.

A previsão, segundo Beltrame, é de 40 unidades até a Copa em 2014. Mas não são 700 favelas no Rio? Essa perspectiva me leva a crer que teremos 660 favelas com um número maior de traficantes, armas e drogas por metro quadrado.

Enfim, isso é Brasil, o que você esperava?

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...