terça-feira, 21 de julho de 2009

Ainda Michael

Eu tinha o sonho de conhecer Michael Jackson.

Isso é muito louco, mas eu queria ser amiga dele, pegar os recados que ele tinha para dar ao mundo e às pessoas, ajudá-lo a fazer o bem, ajudá-lo em seus problemas, dores, vícios. Ser uma pessoa que pudesse a ele fazer o bem, sem querer nada em troca.

De repente esse sonho, que existia mesmo sendo quase impossível (eu sei, eu sei), puff, acabou.

Até agora eu não consigo acreditar. Como ele pôde morrer assim tão de repente, tão novo, com tantos planos, com filhos pequenos? Como ele pôde deixar órfãos tantos fãs?

Eu vi o inapropriado show-enterro chorando muito, sem parar.
Acho que quem sofre, sofre em casa, sozinho, com a família e não num mega velório-tributo mundial. Tudo tem seu tempo e o tributo poderia ser feito mais para frente, sem caixão, quando realmente houvesse intenção de homenageá-lo e não para promover uma família desastrosa.

Confesso que ainda choro.

Por que agora todos os amigos aparecem na TV, em jornais, revistas, entrevistas, em blogs? Agora todos o defendem, o elogiam, o reverenciam. Agora ele é rei, é tímido, ingênuo, brincalhão, bom pai, bom filho, boa pessoa, respeitador, dócil, simpático, simples, gentil, incapaz de levantar a voz, causar tumulto, se aproveitar de alguém, cometer injustiça, levar vantagem ou comer alguma criancinha. Agora é tarde, muito tarde, tarde demais.

De repente, todos resolveram ir a público e desvendar o misterioso e simples Michael Jackson, que usava luvas, chapéus, sombrinhas e máscaras, única e simplesmente para se proteger e esconder partes do corpo que ele próprio considerava imperfeitas. Simples assim.

Onde estavam essas pessoas alguns anos atrás? Cadê toda essa gente todas as vezes que ele precisou? Nunca divulgaram nada sobre as doações que ele fazia, sobre as pessoas que ele ajudava, sobre vitiligo, sobre a queimadura no couro cabeludo, sobre a infecção no nariz causada pela plástica, sobre as coisas boas.

É uma pena.

Acredito que a dor que ele sentia e tentava combater com analgésicos não era física, era na alma. Espero que todos possam, finalmente, o deixar em paz. Espero ainda, que agora, sua alma não doa mais.

Rest in PEACE

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