sábado, 22 de agosto de 2009

Senado

Na televisão, num certo canal, passa um programa bem brasileiro. Uma espécie de teatro televisionado. Os atores, em momentos críticos são muitos, mas na maioria dos momentos que consideram pouco interessantes e corriqueiros são tão escassos que mais parecem se preparar para um monólogo, porém essas últimas semanas foram críticas, como fim de novela. O cenário estava cheio de atores se revezando ao microfone enlouquecidos, vibrantes, ora trocando elogios, ora trocando farpas. Ali, eles fazem história ou acabam com ela. Refiro-me ao maior palco de todos os tempos: o Senado.

Pela TV Senado o público acompanha a pouca vergonha. Cadê a censura que deixa essas tão indecentes cenas não só irem para o ar, mas acontecerem.

Um ator jogando na cara do outro todos os seus erros, roubos, delitos, ali abertamente, para todo o Brasil, seguros como atores em meio de novela bem aceita pela audiência, mas esses atores não se garantem na audiência, mas sim nas leis.

Eh, as leis. Leis que proporcionam imunidade e que os fazem ser julgados por um conselho de ética formado pelos próprios. Onde já se viu isso? Como o público pode aceitar isso?

E também se garantem num não menos importante fator, o medo. O medo de que toda a podridão venha à tona. É o rabo preso que os torna cúmplices e é a cumplicidade que os torna fortes, imbatíveis.

Nesse programa o que melhor acompanha não é a pipoca, mas a pizza.

Que é um espetáculo ninguém pode negar, um daqueles que não é digno de aplausos, mas de vaias, ovos e tomates (para ser educada).

Resta saber quando o público vai começar a vaiar.

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