domingo, 29 de maio de 2011

Irmão

 
Há mais ou menos um ano meu irmão foi morar sozinho.

Bom, não podemos negar que já era hora, mas ele bem que podia estar no apartamento ao lado.

Bruno mora em outro bairro e trabalha muito, por isso não temos nos visto com tanta freqüência. Uma pena.

Quando morávamos juntos quase nunca perdíamos a hora do jantar. No apartamento de Vila tínhamos uma mesa na cozinha e lá jantávamos quase todas as noites. Era a hora de falar dos acontecimentos do dia. Eu do meu trabalho, ele do dele. Eu das estórias interessantes, das pessoas, dos colegas de trabalho, do meu patrão, dos entendimentos e desentendimentos; e ele de todos aqueles nomes de gráficas dos quais jamais decorei por serem tão esquisitos e parecidos, dos funcionários, dos trabalhos e suas complexidades, dos prazos, do estresse, também dos desentendimentos e entendimentos. Que horas maravilhosas eram aquelas.

Meu irmão é apaixonado pelo que faz e sempre conta suas estórias com um entusiasmo contagiante. Além disso, é muito engraçado e torna tudo muito divertido.

Apesar de parecer, e é provável que seja verdade, que em todos os outros assuntos nossas opiniões sejam sempre tão divergentes (o que muitas vezes nos levou aos gritos e deboches e até interrupções precipitadas do jantar), nós sempre tivemos muita sintonia. Nossas brigam duravam no máximo até a hora de sentar a mesa na noite do dia seguinte e então tudo estava resolvido e as piadas voltavam e as gargalhadas também.

Faz quase um ano, mas sinto tanta saudade que parece que faz muito tempo que ele saiu de casa. Acho que ele sente falta também.

A vida é assim mesmo, temos ir seguindo, não tem jeito. Quem sabe um dia nós encontramos uma forma de resgatar aquelas noites tão divertidas!

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