domingo, 22 de novembro de 2009

Falando de Cachorros

Com a morte de Catarina, minha família ficou com 11 membros, três dos quais são cachorros.

É isso mesmo. Nossos cachorros, ou melhor, cadelas, são membros da nossa família, são nossas filhas. Morrendo uma, não há conforto no fato de termos mais três, pois aquela era única e insubstituível. Como qualquer um de nós.

Há muito tempo temos cachorros, mas pela primeira vez tivemos quatro ao mesmo tempo. Pudemos observar que mesmo as que eram da mesma raça e passaram a vida juntas, eram seres totalmente diferentes, com atitudes, reações e personalidades diferentes. Uma é calma, a outra bagunceira; uma late à toa, a outra a segue sem nem saber o porquê do latido, a outra fica de longe olhando sem entender nada; umas são limpinhas outras nem tanto; uma toma remédio facilmente roubando o comprimido da nossa mão, a outra só misturando na comida, a outra a força; umas comem enlouquecidamente, outras educadamente; uma é da mamãe, outra da vovó, outra do vovô... Em comum, elas têm o amor incondicional que sentem por todos nós. Todas são carinhosas, intensas e muito ciumentas.

Nós somos apaixonados por elas. Como diz a minha avó: Elas são a coqueluche da casa.

Se elas nos dão trabalho? Não vou mentir, dão. Trabalho e também preocupações, mas nos rendemos a elas, mesmo sem querer, basta olhar aquelas carinhas desesperadamente felizes e saudosas toda vez que chegamos em casa ou quando entramos e saímos do banheiro, como se tivéssemos passados dias lá dentro ao invés de minutos. Ou quando alguém saí e elas ficam tristes atrás da porta esperando, quanto tempo for necessário, a pessoa voltar.

Então, estamos tristes e eu entendo a tristeza de vovó que perdeu sua grande companheira, aquela que a seguia o tempo todo e a todo custo, mesmo que tivesse que acordar (e acordava ao simples movimento da minha avó), deixar de lado o carinho de outras pessoas e parar de comer. Ela deixava tudo para trás para seguir feliz todos os passos de vovó.

Para os que não conseguem entender, só me resta pena, pois a vida é muito mais colorida quando se tem membros como estes na família.

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